Em alguns períodos do ano e dias esporádicos, as temperaturas aumentam por causa da incidência mais forte do sol. Os animais gostam de ficar na varanda, recebendo os raios solares no corpo e se esquentando. Apesar de estarem habituados com isso, exposição em excesso pode acabar causando uma insolação. Quem alerta é o médico veterinário Wellington Cruz.
“A hipertermia é o termo utilizado para descrever o aumento da temperatura corporal dos bichinhos. Se o cão ou o gato ficar exposto a um ambiente muito quente, o esgotamento e a insolação podem levar a hipertermia. Esse problema é bem grave e os donos precisam ficar atentos quando as temperaturas se elevam”, garante.
Cruz explica que os animais, diferente dos humanos, não possuem glândulas sudoríparas, ou seja, não suam através da pele como acontece com os humanos. Por isso é muito difícil para eles liberarem o calor acumulado. “Os cães e os gatos, por exemplo, suam através das almofadas dos pés e pela respiração ofegante do nariz”, afirma. “O problema é que esses meios não são suficientes para diminuir a temperatura no caso de insolação. Isso faz com que o calor interno aumente e o organismo não consiga diminuir a temperatura por si só”.
A temperatura corporal normal dos pets é entre 37-38º C. No caso de uma insolação moderada, explica Cruz, a temperatura não passa dos 40 ou 41º C. “Se o animal receber os primeiros socorros e for atendido rapidamente por um veterinário, as chances de recuperação são altas. Em situações mais extremas, quando a temperatura passa dos 41º C, a assistência médica deve ser urgente ou a insolação poderá ser fatal”.
A primeira coisa que dono deve fazer é perceber se o pet fica muito tempo exposto ao sol. Isso não significa que ele está com insolação, mas pode acontecer. O veterinário diz que é preciso observar se o pet age de maneira diferente, como ofegar excessivamente, respirar muito rápido, a língua começar a ficar da cor vermelho vibrante, a saliva pegajosa, demonstrar enjoos, vômitos e diarreia aparecem, tremores musculares e cambaleia, ritmo cardíaco elevado e dificuldades digestivas. Tudo isso fará com que o animal fique fraco e preguiçoso.
Se perceber que seu animal está sofrendo de insolação, o primeiro passo é tirá-lo da área de calor. Você deve ir imediatamente ao veterinário, mas antes é importante realizar os primeiros socorros para abaixar a temperatura corporal.
“Com muita delicadeza, pulverize água em temperatura ambiente (para não causar choque térmico) com um spray ou aplique compressas entre 10 e 15 minutos na cabeça, pescoço, ventre, peito e patas”, explica Cruz. No caso de filhotes e idosos, utilize água morna. Cheque se há feridas pelo corpo e, caso tenha, envolva-as com um pano suave e molhado. Também funciona colocar um ventilado para circular o ar em torno do animal”.
“O retorno da temperatura normal será progressivo”, esclarece. “Se ela diminuir de repente fique atento, porque não é um bom sinal. Assim que o pior passar, leve o animal para o médico. Ele determinará o tipo de tratamento de acordo com a gravidade do problema e do dano causado ao corpo pela insolação. Se não existir um procedimento específico, o profissional tentará minimizar os sintomas”.