Embora não sintam frio como os donos, os animais de estimação precisam de cuidados redobrados no inverno. Mas antes de sair cobrindo seu cachorro ou gato com edredons, colocando casacos de lã, saiba que “cada espécie tem uma zona de conforto térmica própria”, lembra a veterinária Camila Servello Aguirre, da Dra Mei da Mooca, em São Paulo.
A origem evolutiva do pet determina sua sensibilidade para temperaturas altas ou baixas, lembra a veterinária. Se a espécie é natural de lugares mais frios, o inverno não o atingirá da mesma maneira que os bichos acostumados a climas tropicais. “De qualquer forma, o dono precisa perceber os sinais que o animal emite. Se treme e reclama muito, é hora de arrumar algum tipo de abrigo para ele”, diz Camila.
Abaixo de 10 graus, basicamente todos os animais de estimação precisam de algum tipo de proteção da umidade e do vento. A maioria dos cães e gatos tem pelos, então, um local coberto é o suficiente. Para os de pelagem mais curta, um casaco ajuda a combater o frio. O intervalo entre os banhos também precisa ser maior.
“Algumas raças são muito melhor adaptadas ao inverno como os Goldens, Berneses, Chow-Chows, e outras que nem tanto, no caso os Pinchers, Chihuahua, etc. Mesmos assim, seja qual for a raça do seu melhor amigo, ele também fica vulnerável a algumas doenças nesta época do ano, por isso, é preciso cuidar da saúde dele”.
Já as raças de cães de porte atlético e pelo mais baixo, como galgo e pincher, por exemplo, são as mais friorentas, diz a veterinária. Com elas e outras de padrão semelhante, não há porque economizar no conforto térmico. Invista em cobertas e roupas de tecido natural, como o algodão, mais folgadas e sem muitos apetrechos – zíper e botão, por exemplo, para não incomodá-los.
Observar o conforto do animal é fundamental para saber a hora de por ou tirar a roupa dele. “Não existe tempo certo para mantê-los vestidos. Alguns gostam, outros se sentem incomodados, se coçam e se esfregam para tirar a roupa. Interessante é notar se ele ficou prostrado ou se comportou naturalmente naquela situação”, ensina a Camila.
Os gatos, por sua vez, preferem se aquecer sozinhos e, quase sempre, rejeitam as vestimentas. “Não force! Dê ao bichano a opção de cama, cobertor ou de um tecido macio que possa protegê-lo do frio quando ele assim desejar”, diz a veterinária.
Fora de casa
Para os que vivem no quintal, longe de cama acolchoada e roupinha, dê a opção de um local para se abrigar, lembra Camila. “Uma casinha coberta e paninhos são bem-vindos, assim ele poderá se esconder e ficar longe do frio”.
O ideal é que a estrutura, que pode até ser improvisada, seja posicionada contra as correntes de ar. A entrada deve estar, de preferência, voltada para a parede, mas com espaço suficiente para que ele entre e saia sem dificuldades.
“Nem sempre é possível colocá-los para dentro de casa, mas é importante deixar sempre uma opção coberta ou adaptar uma estrutura para que ele se recolha e fique aquecido”, recomenda.