Nos meses de verão, não é só você e seu pet que gostam de aproveitar. O calor e umidade são condições propícias para o aumento da população de duas encrencas que todo cão e gato gostaria de evitar: pulgas e carrapatos.
Além do incômodo da coceira, o contato desses parasitas com os animais domésticos pode trazer consequências muito piores: doenças que, inclusive podem ser zoonoses – ou seja, transmissíveis aos seres humanos, e mais parasitas como a tênia. Até as fezes das pulgas podem conter bactérias que causam doenças. Já os carrapatos podem propagar, entre outras, a Doença de Lyme nos pets e nos humanos, cujos sintomas lembram gripe com dores nas articulações e irritações na pele. Se você encontrou carrapatos no seu animal e, alguns meses depois, notou que ele não está subindo em locais mais altos (devido a dores), está desanimado e mancando, corra ao veterinário!
Mas até as dermatites (que causam vermelhidão, coceira, descascamento e irritação) podem trazer riscos mais sérios, já que podem levar a feridas e queda de pelo, pois o animal inevitavelmente vai coçar aquela região onde sente o desconforto. Caso ele morda ou coce com insistência uma região com ferimento, e possua algum problema de tártaro avançado, até mesmo infecções mais sérias podem surgir, pois as bactérias em excesso da boca podem infeccionar a pele”, explica o veterinário Carlos David Castro.
Segundo ele, “uma coisa que é importante levar em consideração é que pulgas são animais resistentes. Podem sobreviver cerca de 100 dias sem alimentar-se de sangue. Elas preferem o sangue mais quente de cães e gatos, mas no caso de estarem famintas, tentarão hospedar-se em humanos, também”.
Assim como as pulgas, os carrapatos também são resistentes: machos adultos podem ficar até 200 dias sem se alimentar, as fêmeas, 220 dias. “Esse tipo de aracnídeo transmite um gênero de bactéria chamada Rickettsia, que provoca a erliquiose, patologia gravíssima podendo levar seu pet a óbito, além de babesias e anaplasmas que provocam danos aos tecidos hemáticos, ou seja, o sangue, causando severo quadro de anemia”, adverte Castro
Ambos os parasitas podem surgir no animal principalmente se ele passar muito tempo em áreas com grama mais alta, se estiver em contato com outros animais ou em ambientes que recebem uma população mais alta de pets.
“Se o seu animal ficará em hotéis para cães, é importante que esteja, além de em dia com todas as vacinas, também protegido contra pulgas e carrapatos. Um tratamento bastante eficaz são os pulguicidas/carrapaticidas em tabletes. Eles têm aparência de um biscoito que o cão devora rapidamente, pois parece um snack. Ao chegar na corrente sanguínea o princípio ativo mata os parasitas que estão na pele atacando o animal. Dessa forma, mesmo que existam outras pulgas ou carrapatos que possam atacá-lo, morrerão rapidamente. E como o remédio tem um efeito prolongado de 30 a 90 dias – dependendo do produto utilizado –o pet permanece protegido com a provável quebra do ciclo reprodutivo”. Outras opções são as bisnagas aplicadas na nuca do animal, e as coleiras antipulgas.
Antes e depois do remédio, é importante manter a casa limpa efetuando uma boa faxina, preferencialmente com um aspirador de pó e colocar roupas de cama na máquina de lavar. A caminha do animal também merece uma boa lavada. É possível também passar um pano úmido na casa, com produtos específicos para eliminar pulgas, carrapatos e larvas, e que deve ser diluído em água.
E lembre-se: passado o verão, o risco do surgimento de pulgas e carrapatos diminui, mas ainda existe.Principalmente em um país de constantes temperaturas altas como o Brasil.