Pequenos e ativos, os camundongos costumam dar sinais sutis quando adoecem e, por isso, exigem donos atentos e cuidadosos. Segundo Alexandre Gomes Correia, médico-veterinário da clínica Solução Pet, as doenças mais comuns nesses pets são tumores, doenças respiratórias, infecções e problemas de pele.
“Percebo que 90% dos atendimentos no consultório são causados por erros de manejo e alimentação”, diz. Isso acontece porque, para prevenir a maioria das doenças dos camundongos, Correia diz que é preciso prestar atenção especial a três fatores: alimentação, higiene e redução do estresse desses animais.
No primeiro caso, ele indica alimentos especializados para os roedores. Sementes de girassol e milho, por exemplo, devem ser banidos da dieta. “Esses alimentos são grande fonte de infecção, muitos são transgênicos e têm concentração muito alta de agrotóxicos para um indivíduo tão pequeno e com metabolismo acelerado”, explica.
Outro fator decisivo para a saúde desses animais é a limpeza constante da gaiola, que deve ser feita no máximo a cada três dias e com produto específico para essa finalidade. Se você faz isso só uma vez por semana, por exemplo, pode estar contribuindo com a proliferação de fungos e bactérias que podem causar doenças de pele e respiratórias.
O médico-veterinário destaca ainda que é importante ter cuidado com o local em que o camundongo fica na casa. Colocá-lo perto de gatos, em espaços muito barulhentos ou com exposição a produtos químicos pode desencadear doenças, por conta do estresse diário a que esses animais são submetidos.
“Antes de ter um animal, seja ele qual for, o dono precisa pensar: Qual espaço ele necessita? Quanto custa a manutenção? Qual é o tempo que ele necessita de interação? Quais as formas de manejo e alimentação inadequados?”, questiona. “Muitas pessoas compram os bichos por impulso não fornecem os cuidados necessários”, afirma.
Correia diz que a maioria das doenças dos camundongos não significa risco aos seres humanos, com exceção da bactéria Pasteurella, que pode causar problemas respiratórios no dono. “A Pasteurella é bem comum nesses bichos. Se ele fica doente, tem uma lesão ou um problema respiratório, por exemplo, pode ter grandes quantidades dessa bactéria em sua pele e nas secreções”, afirma.
No caso dos tumores, o médico-veterinário explica que há uma origem genética da doença, já que é alto o índice de cruzamentos entre animais da família e a falta de cuidados do ambiente contribui para a manifestação de doenças. “Um tutor que manipula muito esse animal, que é mais atencioso, consegue perceber no toque o aumento de volume em alguma região”, diz.
Já quem cria em gaiola pode demorar tempo demais para perceber os primeiros sinais do tumor. “Daí, quando o dono percebe, pode ser tarde demais e não temos muito a fazer”, afirma Correia, sobre a possibilidade de retirada do tumor por meio de cirurgia.