Mudanças climáticas repentinas, tempo seco, frequentar lugares fechados com aglomeração e inúmeros outros fatores “contribuem” pra gente logo sentir o nariz entupir, a garganta coçar e saber que vem uma gripe por aí.
Assim como nós, os bichos também estão suscetíveis a alguns problemas na saúde das vias respiratórias e apresentam sinais parecidos com o dos nossos resfriados e enfermidades gripais, porém, com algumas peculiaridades.
A gripe dos cães
“Quando se pensa em gripe dos cães, a maioria das pessoas imagina que seja o mesmo vírus da gripe humana e que poderia passar de uma pessoa para o cão ou vice-versa. Contudo, os cães têm duas doenças que são muito parecidas em sintomas e que acometem o sistema respiratório com espirro, tosse e secreção nasal. Uma é causada exclusivamente por um vírus parecido com a gripe humana, e outra por uma bactéria exclusiva de cães e gatos”, conta Marcelo Quinzani, médico veterinário, diretor clínico da unidade do Morumbi do Centro Veterinário PetCare, em São Paulo.
Segundo o veterinário, o vírus que causa a gripe do cão é o Tipo Influenza A (H3N8),que foi identificado pela primeira vez na Flórida, em 2004. “Ele infecta principalmente o sistema respiratório e é extremamente contagioso de cão para cão. Alguns cães podem ser expostos ao vírus e desenvolver os sinais clínicos, enquanto outros cães podem não apresentar nenhum sintoma”, explica.
No caso desta enfermidade, os sintomas mais comuns são tosse e corrimento nasal, que podem durar de 10 a 30 dias. Outros cães podem apresentar complicações maiores como febre e pneumonia bacteriana, porém, não é comum.
“A outra doença parecida com a gripe, e que inclusive é chamada de gripe dos cães ou tosse dos canis, é mais comum do que a gripe causada por vírus (mais parecida com a gripe humana)”, aponta o diretor clínico.
Dr. Marcelo conta que a tosse dos canis é causada por uma bactéria chamada Bordetella bronchiseptica associada ao Adenovírus canino, vírus da parainfluenza e micoplasma, cujos principais sinais clínicos são tosse, corrimento nasal, apatia e, às vezes, broncopneumonia.
“Esta é a maior causa de tosse e espirros em cães, principalmente no inverno e nos tempos mais secos, quando há aglomeração de cães em hotéis, campanhas de vacinas e banho e tosa. Por ser bastante contagiosa, estas aglomerações favorecem a disseminação da doença”, comenta o veterinário.
Outros animais
Além dos cães, outros pets também podem apresentar problemas respiratórios ocasionados por diversos tipos de agentes e fatores:
GATOS
Podem apresentar o Complexo Respiratório Felino, causado por diversos microorganismos, mas, principalmente, por dois vírus chamados Herpesvírus felino e Calicivírus felino.
É muito comum em locais de aglomeração de gatos, como gatis e abrigos. Apesar de não ser uma zoonose, é uma doença facilmente transmitida de felino para felino. Os principais sintomas são espirros, febre, conjuntivite, corrimento nasal e ocular e úlceras na boca e nos olhos. Alguns animais, especialmente os filhotes, podem parar de comer levando à desidratação e até mesmo a óbito.
ROEDORES
No caso de camundongos, ratos e hamsters, doenças do trato respiratório são as mais frequentes nos atendimentos clínicos, sendo o mais comum o vírus Sendai, um Paramyxovirus, classificado como vírus da parainfluenza tipo I (especialmente no rato e camundongo) – e é uma zoonose.
Geralmente, estes roedores não apresentam sintomas da doença que, raramente, leva os animais a óbito. No entanto, pode causar rinite, traqueíte e até broncopneumonia nos bichinhos.
AVES
Existem diversos problemas respiratórios que podem acometer as aves, sendo que os mais frequentes são ocasionados por infecções bacterianas e fúngicas – inclusive algumas zoonoses –como a clamidiose ou psitacose, uma doença causada por bactérias que é muito comum, principalmente, em calopsitas.
Cuidados básicos com o seu bichinho
Doenças virais e bacterianas costumam se aproveitar da fragilidade do organismo dos bichinhos para se instalar e fazer a festa.
Portanto, para manter o sistema imunológico dos pets fortalecido e tentar prevenir estes males ao máximo, é importante:
– fornecer água fresca e limpa diariamente;
– prover uma alimentação de qualidade;
– não deixar os animais presos em ambientes com correntes de ar;
– fazer a higiene adequada do recinto onde o bichinho fica, bem como dos bebedouros e comedouros;
– evitar situações estressantes;
– vermifugar de acordo com a indicação do veterinário;
– e, claro, seguir à risca o protocolo de vacinação referente a cada animal – sempre.
Viu como não tem mistério ajudar a manter a saúde de seu pet?