Saiba quais são as principais causas de morte súbita em cães

Os cães hoje estão presentes em um pouco mais da metade dos lares brasileiros. Essa proximidade com as pessoas transformou-os em membros da família e por isso, a perda de um animalzinho é um processo doloroso para os tutores e frustrante para os veterinários, ainda mais nos casos de morte súbita. Esta é uma síndrome caracterizada pelo falecimento repentino do pet considerado previamente saudável.

A principal causa de perda do paciente é a doença cardíaca, afirma a médica veterinária Camila Servello Aguirre, da Clínica Dra Mei Mooca. “Podendo ser congênita ou adquirida com a idade, a falha no coração leva a sintomas inespecíficos e muitas vezes pouco notados pelos tutores”, alerta. “Sinais de fadiga, apatia, intolerância ao exercício e mucosas arroxeadas são comuns nestes casos”. O avanço da doença é lento e fatal se não controlado corretamente.

Muito comum também é a morte provocada por quadros de intoxicação, seja intencional ou não. “O uso de venenos para controle de pragas como rodenticidas (“veneno de rato”) e organofosforados (“chumbinho”) deve ser evitado a todo custo por quem tem pet em casa”, afirma Camila. “Cães são curiosos e têm excelente olfato. Por mais que os proprietários julguem manter essas substâncias escondidas, não é difícil nos depararmos com o envenenamento acidental. Sem falar nos casos criminosos”, lamenta.

Não só os venenos podem intoxicar nossos melhores amigos; produtos de limpeza, uso errado, antipulgas, dedetização ou pintura recente também oferecem riscos, segundo a veterinária. “Sinais clínicos mais comuns de intoxicação incluem pupilas dilatadas, aumento da frequência cardíaca, dificuldade de locomoção, salivação excessiva”.

Outra causa, com uma incidência menor, é a Dilatação/Torção Gástrica. Geralmente, esta síndrome é vista em cães de porte grande e surge após a fermentação do alimento em excesso, ou quando o paciente é alimentado e incentivado a se exercitar em seguida, explica Camila. “A fermentação eleva a presença de gás causando dor, comprimindo vasos abdominais importantes e pode levar até a rotação do órgão”. Sinais de inquietação, abdome distendido, ânsia de vômito, dificuldade respiratória, devem ser vistas com muita atenção. “Esta é uma emergência veterinária que leva a morte em poucas horas”, garante a veterinária.

“Fatalmente ignorada pelos proprietários, a presença de massas internas, especialmente as abdominais, é um outro fator de risco para o falecimento dos cães. Um tumor pode se romper subitamente dando início a um quadro grave de hemorragia interna, com evolução fatal se não corrigida em tempo”, diz. Nestes casos os pacientes irão apresentar gengivas claras, letargia e temperatura corporal baixa, e devem ser socorridos o quanto antes.

Muitas dessas situações podem ser evitadas de acordo com Camila, e a medicina veterinária preventiva vem caminhando neste sentido. É importante que tutores estejam atentos a qualquer sintoma em seus cães e estejam sempre em contato com o seu veterinário de confiança. A realização de exames preventivos e consultas de orientação podem minimizar os riscos e até evitar muitas destas situações, promovendo o bem estar e saúde dos pacientes.

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