Roedores ajudam crianças a desenvolver sentimentos de respeito e amor

Melhoria do senso de responsabilidade, desenvolvimento psicológico e social, incentivo ao respeito e ao amor. A interação com roedores (como camundongos, hamsters, porquinhos-da-índia e chinchilas) traz inúmeros benefícios às crianças. Os adultos, porém, devem tomar algumas medidas para que esse relacionamento seja o melhor possível, e não prejudique os bichinhos ou as próprias crianças.

Para falar sobre esse assunto, o Portal Melhores Amigos procurou duas irmãs especialistas na área: Camila Isoldi Seabra (iscamila@hotmail.com), psicóloga, pedagoga e ativista da causa animal, e Denise Isoldi Seabra (seabra.vet@gmail.com), médica veterinária especializada em ciências de animais de laboratório

A primeira preocupação dos responsáveis ao pensar em ter um roedor em casa deve ser com a idade da criança: no mínimo cinco anos. “Antes disso, a criança é muito nova para ter um entendimento tão complexo em relação aos cuidados desses bichinhos. Se ainda é incapaz de cuidar de si mesma, o que dirá de um roedor?”, questiona a pedagoga Camila.

Os adultos também devem ensinar a criança a cuidar do roedor (dar comida, dar água, limpar a gaiola, manipular o animal…). “As crianças também devem ser educadas pelos pais a entender que os animais não são brinquedos, e sim seres vivos que fazem parte da família.”

“É preciso de acompanhamento, treinamento e supervisão”, complementa Camila. “Se isso for feito, a criança aprende a ter responsabilidades e torna-se mais desenvolvida socialmente e psicologicamente. Com o tempo, a criança desenvolve sentimento de amor e respeito que se estende a outros seres vivos.”

Camila afirma que uma criança muito nova ou que não seja ensinada a cuidar do seu roedor pode ter um sentimento de culpa caso aconteça algo com o bichinho, desencadeando um processo de problemas psicológicos.

Companhia

Outro ponto positivo desse relacionamento é a interação social. “Uma criança pode se beneficiar da companhia de roedores, pois estes adoram brincar e são muito inteligentes, interagindo sempre que estimulados”, explica a veterinária.

Como os bichinhos têm hábitos noturnos e são “medrosos” (por serem presas na natureza), a criança também deve ser ensinada a respeitar seus horários (brincando com ele apenas a partir do final da tarde) e seus limites (manipulando-o com cuidado). Essa noção de respeito aos limites alheios é outro aspecto positivo na educação dos pequenos. “Roedores também não devem ser deixados sozinhos e isolados por muito tempo, sendo a atenção diária indispensável para que não fiquem tristes e deprimidos”, conclui Denise.

 

 

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