Rações úmidas também são importantes. Entenda por que elas existem!

Os animais adoram, e fazem a refeição ganhar um aspecto mais “humano”. Não há dúvida: as rações úmidas para pets são opção bastante popular para cães e gatos, por exemplo. Mas existem outros animais que também podem ser alimentados com esse tipo de produto?

 

“Alimentos destinados a cães devem ser utilizados somente em cães. Mas hoje, nas linhas comerciais, muitas espécies, se beneficiam e até necessitam de rações úmidas, como por exemplo, os psitacídeos (pássaros de bico curvo e com habilidades de imitação da fala, como papagaios, araras, calopsitas e periquitos). Na fase de filhote, fazem uso da papinha que é um alimento úmido direcionado a esta categoria de animais. Toda espécie de animal possui uma necessidade de ingredientes e nutrientes diferente de outros, por isso a importância de oferecer sempre produtos destinados aquela espécie em questão”, diz Kellen Oliveira, doutora em Reprodução Animal e professora da disciplina de Criação de Animais de Companhia da Escola de Veterinária e Zootecnia da UFG (Universidade Federal de Goiás).

 

Para ela, o uso de rações úmidas é benéfico, já que como possuem um teor maior de água, auxiliam na hidratação dos animais. “Se observarmos a evolução dos cães e gatos, vamos perceber que antes da domesticação, o alimento deles era proveniente da caça, e essa caça geralmente continha um teor de umidade ao redor de 56%. Essa concentração em alimentos atuais são faz deles alimentos semiúmidos”.

 

Gatos, por serem animais ainda hoje com características de seres desérticos, têm capacidade de passar longos períodos sem hidratação. No entanto, esse longo período era compensado pelo teor de umidade da caça.

 

“Hoje, nossos gatos recebem quase que 80% da alimentação do tipo seca (9 a 13% de umidade) o que requer um cuidado a mais do tutor em relação à hidratação desta espécie. Por isso, é benéfico oferecer alimentos úmidos e semiúmidos, e espalhar várias vasilhas com água. Se possível, é interessante instalar uma fonte (com água em movimento), para estimular o felino a se hidratar, evitando assim o surgimento de doenças renais”.

 

Já o cão, pela escala de evolução, é uma espécie que se hidrata com mais frequência, porém não há contraindicação do uso desses alimentos para essa espécie. “Quem possui cão sabe bem que, entre alimentos úmidos e secos, eles preferem os úmidos. O cuidado que o tutor deve ter é em relação à quantidade de energia desse alimento. Como é saboroso, por possuir um maior teor de proteínas e gorduras, o uso indiscriminado ou oferecimento à vontade pode levar a obesidade no cão”.

 

Mas a ração úmida pode ser utilizada para quando parecer que o pet “enjoou” da comida?

 

A professora explica que, de maneira comparativa, sabemos que humanos têm 8 a 9 mil papilas gustativas. Os cães possuem cerca de 1.700 e gatos, por volta de 500 papilas gustativas. Sabe-se também que os três animais sentem os cinco sabores básicos (doce, amargo, salgado, azedo/ácido e umami). “Porém, devido ao número de papilas gustativas, acredita-se que as intensidades do sentido do paladar são limitadas no cão e no gato. Um ser humano consegue diferenciar as tipificações de carne bovina, provavelmente os cães e gatos não”.

 

“Armazenamento inadequado do alimento é o fator que mais causa recusa de alimento. Guardar a ração de forma errada altera as características iniciais do alimento, e aí o pet se recusa a comer. Outro motivo do pet recusar a ração é a frequente adição de alimentos humanos como petiscos, agrado ou mesmo na mistura junto do alimento principal. Naturalmente, nossos alimentos têm mais atrativos de sabor, tanto para cães quanto para gatos. E é claro que eles preferem os nossos que os deles”.

 

É bom lembrar que o cão é um animal neofílico, ele sempre está disposto a experimentar novos sabores, já os gatos são neofóbicos, eles gostam dos sabores que já estão acostumados. Por isso é importante oferecer alimentos de vários sabores e texturas para os gatos filhotes.

 

Atenção: vai oferecer uma marca nova de ração úmida, semiúmida ou seca? Cada fabricante tem sua lista de ingredientes, além da fórmula para cada categoria e marca do alimento.

 

Então, sempre que for fazer a mudança de alimentos, o trato gastrointestinal do animal deve passar por uma adaptação que pode durar até sete dias. Nos primeiros dois dias o alimento antigo deve perfazer 75% e o novo 25% do total diário a ser oferecido, nos dias três e quatro a proporção é de 50%, e nos dias cinco e seis o alimento antigo deve perfazer 25% e o novo 75% do total diário e a partir do sétimo dia o alimento novo pode ser o único a ser oferecido.

 

Outros fatores que influenciam no consumo alimentar dos pets:

 

– higiene dos vasilhames,

 

-temperatura e umidade do ambiente (conforto do ambiente).

 

E aqui vão mais algumas dicas da especialista:

 

  • em relação a alimentos úmidos ou semiúmidos se não for usado como única fonte alimentar o tutor não deve oferecer junto á refeição principal (misturado), como petisco ou agrado

 

  • o ideal é oferecer nos intervalos das refeições, durante um treinamento/brincadeira, sempre de forma moderada a não atrapalhar a hora d a fonte principal do alimento,

 

  • é importante também calcular a quantidade de energia desse agrado/petisco e subtrair da refeição principal, já que o excesso de energia pode levar a obesidade em cães e gatos.
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