Por que alguns gatos caçam e outros não?

Você já viu essa cena: o bichano todo cheio de preguiça, deitado no sofá. De repente, ele vê um inseto voando e começa a se movimentar incansavelmente em direção a ele. Caçar é uma atividade que está no DNA dos gatos. “Os gatos caçam devido à sua origem genética herdada dos bichanos selvagens que caçavam como única forma de sobrevivência. O gato é um animal domesticado há menos tempo em relação aos cães, por exemplo, portanto, preservam muito do instinto selvagem”, explica Ludmilla Malta, médica veterinária especializada em felinos.

Segundo a veterinária, gatos adoram caçar pequenas presas, como ratos, morcegos, passarinhos, invertebrados, pequenos répteis e anfíbios. No geral, eles observam bastante o movimento da presa antes de partir para a ação. Ficam na espreita e posicionam-se estrategicamente. A paciência é uma característica dos bichanos. Muitas vezes, o objetivo não é comer a presa, mas sim colocar em prática o instinto caçador.

Ludmilla destaca que o espírito caçador não depende da raça. Gatos mais ativos costumam caçar mais. O gatinho SRD (sem raça definida), geralmente, é conhecido por caçar com mais frequência. Raças como o Bengal, Sphynx, Savannah e Siamês também são apontadas como bons caçadores. “Não existe uma raça que não caça. O que existe são raças menos ativas, como o Persa e o Exótico. Mas, independentemente da raça, o gatinho pode ter seu instinto de caçador aguçado”, diz a veterinária.

Essas raças menos ativas, que Ludmilla menciona, foram selecionadas geneticamente para terem um temperamento mais tranquilo. Segundo a veterinária, é importante respeitar a personalidade do bichano. “Não há maneiras saudáveis de se estimular o instinto caçador do gatinho. O que alguns proprietários fazem é deixar o gato com fome para obrigá-lo a caçar. Esta prática é totalmente desaconselhável. O instinto de caça também pode causar problemas, pois o gato pode adquirir doenças de sua presa, como verminoses e toxoplasmose”, observa a especialista.

Seu bichano é um pequeno caçador ou um amiguinho de todos os seres?

 

Por Ana Carolina Barbosa
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