Dr. Responde: Os cães têm chulé?

Ser humano quando tem cheiro – que não é de perfume – é bem desagradável na maioria dos casos. Já os animais tem “fragrâncias” naturais peculiares de cada bichinho que, geralmente, são até agradáveis a nosso olfato – incluso aí aquele cheirinho de salgadinho fandangos tão característico das patinhas dos cães.

Grande parte dos tutores adora o toque de milho especial dos coxins de seus pets, que poderia ser comparado a um leve chulé.

Mas, afinal, o que é este chulezinho?

Este cheiro que para alguns é de salgadinho e para outros é de pipoca, é um subproduto de leveduras e bactérias, como as Pseudomonas e Proteus, que são dois tipos de bactérias naturais que vêm do solo ou da água e se instalam nos coxins das patinhas do seu pet.

Então você não precisa – e nem deve – ficar lavando e limpando a pata do seu cachorro achando que isso é falta de higiene. Além do cãozinho ficar com os “pés e mãos” em contato direto com o solo, a transpiração que ocorre naturalmente pelas patas deixa a região mais úmida e propensa ao “aroma” de pipoqueiro.

“Dificilmente este cheiro aparece em gatos, sendo mais comum e normal em cães, principalmente pelo comportamento de lamber as patas. No entanto, devemos ficar atentos à intensidade do odor que pode se transformar num sintoma de Malassezia – uma doença fúngica – ou até mesmo sarna”, alerta Mariana Jábali dos Santos, médica veterinária da Unidade de Veterinária Integrada (UniVET), de Ribeirão Preto.

Ainda, se o cheiro estiver muito forte, pode ser indicativo de alguma inflamação, infecção, unha encravada ou corpo estranho dentro dos coxins (como um caco de vidro ou prego). Por isso, é sempre bom notar se o cão está lambendo demais as patinhas ou se está mancando e olhar para ver se apresenta rachaduras, vermelhidão ou secreção.

Caso note qualquer um destes sinais, passeie com seu pet até o médico veterinário para o diagnóstico e tratamento adequados. E nada de dar uma de médico e querer resolver o problema em casa, hein!

 

 

Por Paula Soncela
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