Novo pet: conheça uma fofurinha chamada Hedgehog

Não é um porco-espinho, nem um ouriço-do-mar, nem um roedor disfarçado. É o Hedgehog – conhecido também por Ouriço Pigmeu Africano. O Hedgehog é um serzinho muito singular que, apesar de mamífero e carnívoro, costuma ser confundido com um roedor.

“São conhecidas 14 espécies destes curiosos animais, distribuídas pela Europa, Ásia e África, sendo introduzidas na Nova Zelândia”, explica Carlos Alexandre Pessoa, médico veterinário especialista em clínica médica e cirúrgica de animais silvestres, proprietário da clínica Animal Exótico, de São Paulo, e diretor da empresa CURSOS.VET.BR.

Para criar um Hedgehog em casa, serve a velha regra de quanto mais espaço melhor para o pet. “Muitos os criam em caixas ventiladas, gaiolas ou em liberdade restrita, como jardins ou quintais. Em ambientes fechados como gaiolas, a higiene deve ser diária, renovando água e comida. O solo não deve ser muito liso tampouco áspero, o meio termo sempre é ideal”, orienta Dr. Carlos Alexandre.

É importante também prover espaço para a atividade física do bichinho. De acordo com o especialista, devemos “sempre permitir que realizem exercícios fora do recinto, pois na natureza caminham quilômetros nos seus passeios noturnos”.

Outra regrinha básica é que quanto mais o habitat do animal se aproximar de seu ambiente natural, mais qualidade de vida ele terá. “Ambientes naturais como gramado, com alguma vegetação, são ideais para que os Hedgehogs encontrem insetos e outros pequenos animais. Aliás, enriquecimento ambiental é importantíssimo para todos os animais em cativeiro, portanto, a adição de rodinhas, túneis e tocas é fundamental para manter a qualidade de vida dos pequenos”, ressalta o médico veterinário.

De acordo com Dr. Carlos Alexandre, “Hedgehogs são classificados como insetívoros, mas uma dieta onívora é indicada. A ração peletizada de gatos de alta qualidade deve compor o cardápio como item principal”.

“Como muitos mamíferos, evoluíram para ter uma vida noturna. Dos muitos pacientes que possuo, posso afirmar que 80% são dóceis e fáceis de manejar, mas o restante varia de reservados a ‘mal humorados’. Seus dentinhos podem machucar, então o carinho e manejo adequado são importantes para não estressar o bichinho, fazendo com que o mesmo se defenda mordendo”, alerta o veterinário.

Igualmente a outras espécies, os Hedgehogs sinalizam dor ou enfermidades por meio da mudança de comportamento. De acordo com Dr. Carlos Alexandre, “falta de apetite, tremores, cansaço, claudicação, vocalizações ao toque ou manipulação, olhos profundos e sem brilho, são sinais que, se observados, a melhor atitude é leva-lo rapidamente a um médico veterinário especializado”.

Mas atenção: o Hedgehog não está “liberado” e não é tão simples adquirir um destes bichinhos, já que ele não faz parte da fauna brasileira e existe um procedimento de avaliação e autorização governamental para importar a espécie. É preciso fazer um requerimento e o processo deve estar de acordo com os parâmetros da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção – a CITES, respeitando sempre a soberania do país importador – no caso, o Brasil.

Portanto, antes de tudo, pesquise a situação dos Hedgehogs em relação ao IBAMA e CITES e nunca, jamais, EM HIPÓTESE ALGUMA adquira um desses animais sem passar pelos trâmites legais de avaliação para importação!

 

 

 

 

Por: Paula Soncela
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