Doenças genéticas mais comuns em gatos

Assim como nós humanos, gatos podem desenvolver doenças genéticas e/ ou hereditárias. Apesar de ter uma maior incidência de problemas traumáticos e infecciosos, as patologias ligadas ao DNA também são comuns e merecem atenção. 

De acordo com a médica veterinária Bruna Guerbas, médica veterinária, gatos de raça são mais fáceis de serem afetados por doenças de caráter genético, mas isso não é garantia de que os felinos SRD estejam fora de perigo. Para que o tutor esteja sempre atento, é importante conhecer algumas doenças genéticas e observar os sintomas.  

Conheça algumas patologias e veja como lidar com a situação o quanto antes: 

Surdez

A surdez é causada por uma mutação genética comum entre os gatinhos brancos, principalmente aqueles que possuem os olhos azuis. O gene que causa a cor da pelagem não interfere apenas na pigmentação, mas também no desenvolvimento de estruturas da orelha, podendo haver degradação da cóclea (responsável pela audição). A surdez não tem um tratamento, porém, há formas de manter o felino seguro e saudável. 

Doença do Trato inferior felino (DTUIF)

Conhecida também como síndrome urológica felina, a DTUIF é um termo utilizado para designar várias alterações no trato urinário dos gatinhos. A síndrome se manifesta com cálculos urinários (urolitíase), inflamação da uretra, inflamação da bexiga (cistite) e obstruções. 

As causas da doença podem ser várias, incluindo a pouca ingestão de água, dieta inadequada, estresse e o fator genético. Os principais sinais de que o gatinho está com a DTUIF são dificuldade para urinar, demonstração de dor e alterações comportamentais, como agressividade e vocalização excessiva. 

Doença renal policística

A doença renal policística é comum em gatos Himalaios, Persas, Exóticos e Maine Coon. É caracterizada pelo desenvolvimento de cistos cheios de líquido nos rins, que com o tempo evoluem para uma doença renal crônica. Sede excessiva, aumento da micção, perda de peso, letargia, vômitos e diarreia são alguns sinais da doença. “Os sinais clínicos são tardios e, quando diagnosticada, a doença poderá estar bem avançada. Por isso é importante verificar a predisposição genética do gato e fazer acompanhamento constante”, explica a veterinária. 

Cardiomiopatia dilatada

É uma das doenças cardíacas mais comuns nos felinos, relatada em raças como Maine Coons, Ragdolls e Oriental. É caracterizada pelo aumento do músculo cardíaco, diminuindo o espaço disponível para o fluxo sanguíneo. A consequência é uma menor quantidade de sangue sendo bombeada para o corpo do gato, o que resulta em fraqueza, dificuldade respiratória e até mesmo morte repentina. O aumento do ritmo cardíaco também é um sinal clínico e será avaliado pelo médico veterinário para diagnosticar e realizar o controle.

Atrofia progressiva da retina

A atrofia progressiva da retina é uma doença oftálmica degenerativa que pode causar cegueira nos gatos. Os genes identificados que causam a doença estão associados a raças como Somali, Ocicat e Abissínio. A doença não tem cura, mas é possível proporcionar uma vida confortável e segura para os bichanos cegos. Há um teste disponível para saber se o felino tem a doença e diagnosticá-la previamente, garantindo mais conforto na sua rotina.

Hemofilia

A hemofilia é caracterizada por distúrbios hemorrágicos: o sangue do gato não coagula de forma adequada em caso de lesões ou acidentes. Algumas raças têm maior predisposição genética como o Maine Coon, Devon Rex e British Shorthair. Essa doença pode ter consequências graves, como sangramentos constantes e hemorragia. Quando o gato se cortar ou tiver um ferimento que não para de sangrar, pode ser um sinal da doença. 

Para qualquer doença, seja ela hereditária ou não, é possível diagnosticar com antecedência se há um acompanhamento médico e check-ups constantes. “O ideal é que o tutor observe sempre seu animal, como estão as fezes, a urina, a alimentação e comportamento no dia-a-dia. No entanto, a observação dos felinos deve ser mais criteriosa. Por serem predadores, escondem sinais para não apresentarem vulnerabilidade, sendo mais difícil o diagnóstico de doença. Assim, quando diagnosticada, já está em estado avançado. Observar criteriosamente seu animal e levá-lo sempre em check-ups pode salvar a vida deles”, finaliza a veterinária.

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