Dermatite atópica: saiba como cuidar do seu cão com essa doença genética

Com mais ou menos um ano, alguns cães começam a apresentar muita coceira e a lamber mais intensamente as patas dianteiras, têm otites recorrentes, além de apresentar feridas e vermelhidão na pele. Segundo Juliana Caltabellotta Gomes Morad, especializada em dermatologia veterinária pela Universidade de São Paulo (USP), esses comportamentos devem servir de alerta para os donos, já que são sintomas de uma doença de pele comum, mas que não tem cura.

“A dermatite atópica é uma doença genética, inflamatória e pruridogênica (que causa coceira), com características clínicas associadas a anticorpos direcionados, em geral, a alérgenos do ambiente, principalmente a ácaros presentes na poeira doméstica”, explica a médica-veterinária, que é fundadora da VetDerme e do Centro de Especialidades Veterinárias My Pets, ambos localizados em Sorocaba, no interior de São Paulo.

Estudos indicam que a enfermidade representa cerca de 20% dos casos dermatológicos atendidos em cães e, de acordo com a experiência de Morad, seu diagnóstico tem sido mais frequente nos últimos anos. “Não há cura, mas com o manejo adequado, o animal e seu proprietário terão uma ótima qualidade de vida”, diz.

O diagnóstico da doença é feito pelo médico-veterinário, que afasta outras possíveis causas para a coceira, como sarnas, bactérias e outras alergias. O tratamento, explica a especialista, é multifatorial e depende do estágio da doença.

“O excesso de prurido e inflamação podem causar queda de pelos, feridas, caspa, mal odor, vermelhidão e posterior enegrecimento da pele, otites, conjuntivites e irritabilidade por acordar várias vezes durante a noite para se coçar”, explica Morad sobre os casos mais graves.

Alimentação balanceada e banhos regulares com xampus especiais ajudam na recuperação do animal e no alívio dos sintomas. Outro cuidado essencial é manter seu animalzinho bem longe de pulgas e carrapatos, já que uma única picada pode desencadear uma crise.

“Também é muito importante controlar o ambiente em que o animal vive, evitar seu contato com cortinas, tapetes, bichos de pelúcia, almofadas, travesseiros, e mantê-lo ao ar livre o máximo de tempo possível”, diz a especialista.

Da Redação
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