Conheça a cobra falsa coral

Cores chamativas e bandas listradas vermelhas, pretas, amarelas ou brancas ao longo do corpo. As falsas corais são chamadas “falsas” por não serem peçonhentas como as corais. A professora do departamento de Zoologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e especialista em anfíbios e répteis, Clarissa Canedo, afirma que na natureza é comum a presença de um padrão de colorido chamativo nos animais perigosos, como nas cobras corais, um sinal de alerta para os predadores conhecido como coloração aposemática. Outra possibilidade comum, chamada de mimetismo, é a apresentação de desenho e colorido parecido ao de animais perigosos. É o caso da falsa coral.

Características

Apesar do nome “falsa coral” ser utilizado de modo generalista, existem muitas espécies de falsas corais. Clarissa afirma que, entre as espécies mais comuns, estão as dos gêneros Erythrolamprus e Oxyrhopus. As primeiras são falsas corais ativas durante o dia que rastejam sobre o solo e quando adultas se alimentam de outras serpentes. As segundas são noturnas e se alimentam de ratos e lagartos. “Para se defender, além de morder, podem achatar o corpo, esconder a cabeça, enrolar a cauda e mudar repetidamente de postura de forma brusca”, pontua a especialista.

Além disso, as serpentes podem ser agrupadas em categorias, de acordo com o tipo de dentes que possuem. Entre as diferentes falsas corais há espécies áglifas (sem dentes) que inoculam veneno, mas também muitas espécies opistóglifas, ou seja, possuem um par de dentes na parte de trás da boca com um sulco por onde escorre o veneno. Elas não são consideradas peçonhentas, pois mesmo que mordam e o veneno seja inoculado, este não é muito ativo e os acidentes geralmente não são graves. Pode ser necessário tratamento médico para atenuar sintomas, mas nunca deve ser aplicado soro. Ainda assim, é recomendado que não sejam manuseadas indevidamente. “Como a posição do dente inoculador de veneno é a única diferença confiável e absoluta entre corais verdadeiras e falsas corais, e também pelo fato da necessidade do manuseio da serpente para verificar esta característica, o melhor em um encontro ocasional é tomar o maior cuidado possível” explica a professora.

Legislação

O uso e o comércio de animais silvestres é controlado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).  A manutenção destes animais em cativeiro sem a devida licença é crime. Mesmo com autorização e licença, todo animal que foge ou é solto do cativeiro pode causar impacto à fauna regional de diversas formas. Além deste possível impacto, há também o risco de acidentes por mordida, mesmo em espécies não peçonhentas.

Da Redação
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