Cãodomínio: quais as dicas para um bom convívio com os vizinhos

Talvez você já saiba a regra máxima: cão bem-educado desde filhote tem maiores chances de ser sociável. E dentro de um condomínio esse princípio é ainda mais importante, já que você, sua família e seu pet conviverão com muito mais pessoas em um mesmo ambiente.

 

Se puder começar o processo entre dois e quatro meses, é o ideal. “Esse é o período importante para apresentar o cãozinho às pessoas, outros cachorros, mostrar ruas movimentadas e tudo que pode, potencialmente, gerar medo” – explica a médica-veterinária Mayara Ramos da Silva Callanan, especialista em comportamento animal. Esse trabalho de socializar o filhote poderá evitar grandes problemas no futuro. Lembrando que um processo de educação do cão pode acontecer em qualquer idade. Quando mais velho, ele aprenderá um pouco mais lentamente os novos hábitos.

 

Comandos básicos como senta, fica e solta são importantes não apenas dentro de casa, mas também para facilitar o dia a dia no espaço social. “Particularmente, gosto de ensinar o cão a fazer as necessidades do lado de fora de casa, ou no tapetinho sanitário. Mas é necessário que o tutor tenha o bom senso de recolher a sujeira, sempre”.

 

Mas mesmo bem adestrado, muitos cães podem apresentar comportamento problemático, principalmente quando ficam sozinhos em casa. “Isso pode gerar desentendimento entre os vizinhos. Caso isso aconteça, devemos analisar se o cachorro não está estressado, ou se passa muitas horas sozinho”. Animais nessa situação precisam de opções de lazer!

 

Se os tutores não podem levá-lo para passear com frequência, uma opção adequada seria a contratação de um dog walker, um passeador de cães. Ou senão, pelo menos fazer uma experiência inicial com brinquedos. Uma alternativa interessante são os mordedores que podem ser recheados com petiscos. A dica é congelar ração úmida dentro do acessório. Enquanto o alimento descongela, ele vai tentar retirá-lo de dentro do brinquedo e o passatempo pode levar horas.  “Uma outra alternativa é cansá-lo bastante antes de deixá-lo sozinho. Passeios, corridas, brincadeiras… qualquer forma de atividade que o canse bastante. Assim ele só vai pensar em dormir”.

 

Em relação a cães mais agressivos, é necessário avaliar o nível desse comportamento, e o motivo. Nesse caso, vale a pena procurar um profissional para avaliar a situação. “Antes disso, é possível analisar alguns sinais que o animal vai dar com a linguagem corporal. Atitudes como lamber o focinho, cheirar o chão e bocejar podem não parecer, mas em situações de estresse, indicam desconforto”, diz Mayara. Níveis mais brandos de agressividade podem ser amenizados oferecendo petiscos quando seu pet avista outros cães. “Oferecendo algo que ele gosta de comer, ele vai passar a associar o encontro com outro animal como algo positivo. A partir disso, aproximem-se bastante lentamente”.

 

E se acontecer uma briga?

 

Por mais que a gente tome cuidado, confusões podem acontecer. “Sempre que você tentar separar dois cães em uma briga, pode haver o risco de mordidas – por isso cuidado!”, alerta a veterinária. Todavia, existem maneiras mais seguras de tentar separar dois cães. Se sentir-se seguro, você e o outro tutor podem levantar as traseiras de ambos os cães, com firmeza e ao mesmo tempo. O cachorro não pode escorregar, e nem virar a boca em direção à pessoa que o segura. Atenção: só tente apartar dessa maneira em último caso.

 

“Antes de obter um cachorro, pesquise muito. Certifique-se que ele se encaixa no seu estilo de vida”, conclui a especialista, que deixa duas dicas de leitura do médico-veterinário Ian Dunbar: Antes de ter o seu cachorro, e Agora que já tem o seu cachorro.

 

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