É, praticamente, inevitável: quando alguém fala em terapia, logo vem à cabeça aquela imagem clássica da pessoa deitada no divã e o terapeuta sentado ali atrás, compenetrado. No caso da Terapia Assistida por Animais (TAA), a “sessão terapêutica” acontece de uma forma um tanto quanto diferente.
“Primeiramente, é importante entender que Terapia Assistida por Animais é diferente da Atividade Assistida por Animais (AAA). Na atividade, é desenvolvido um trabalho com animais apenas visitando, oferecendo recreação e fazendo com que o paciente interaja com eles por meio de brincadeiras, passeios, entre outros. Já a terapia é muito mais complexa, buscando resultados médicos em que o animal é parte do trabalho”, explica Ana Lucia Baldan, médica veterinária especializada em bem-estar e comportamento animal, consultora em A/TAA.
Segundo a especialista, “a terapia necessita de objetivos claros e dirigidos com critérios estabelecidos, sendo sempre coordenada e desempenhada com profissionais da área médica e o condutor do animal, para promover a saúde física, social, emocional e/ou aprimorar as funções cognitivas de cada paciente”.
Tanto a atividade quanto a terapia são extremamente benéficas e podem ser utilizadas no tratamento de diversas patologias, como autismo, Alzheimer, câncer, Parkinson e depressão. “Elas diminuem a percepção da dor e ansiedade, amenizam a solidão, melhoram o comportamento social, aumentam o desejo de lutar pela vida, minimizam o efeito da depressão com o aumento do nível de endorfina e estimulam a prática de atividades”, relata Dra. Ana Lucia.
Com a TAA propriamente dita, os ganhos podem ser ainda maiores. De acordo com a médica veterinária, a terapia ajuda a “diminuir a medicação (psicotrópico e analgésico), o tempo de hospitalização e o estresse, e aumenta a concentração – um fator muito favorável para tratar pacientes com autismo, já que facilita a comunicação, interação e socialização. Ou seja, conseguimos uma forma de nos comunicar com os autistas por eles responderem muito bem ao contato com o animal”.
Por último, mas não menos importante, Dra. Ana Lucia ressalta que o animal é peça fundamental para o resultado satisfatório do tratamento. “Todo animal escolhido para AAA ou TAA deve passar por um teste, no qual observamos sua capacidade para desenvolver a função e que a execute fielmente. Podemos dizer que o animal que demonstra alegria quando é chamado para a terapia também pode estar sendo beneficiado com o trabalho”, finaliza a especialista.