O rato, historicamente, é um animal “vítima”. Por ser uma presa muito visada e atacada por predadores carnívoros – tanto terrestres quanto aéreos –, adaptou-se para sobreviver: passou a cavar e se esconder em tocas. O médico-veterinário Oswaldo Luiz Pasqualin explica que este hábito foi desenvolvido pela maioria dos roedores há milhares de gerações, e que, ainda hoje, ratos em todo o mundo carregam esta herança genética. É como os cães que “rodam” antes de deitar para dormir.
“Por causa disso, o rato também tem hábitos noturnos. Na natureza, ele só sai para buscar alimento à noite”, diz Pasqualin. Onde há mato, os ratos de rua – conhecidos como ratos ferais – cavam túneis na terra, usando seus dentes e garras. Já nos centros urbanos, abrigam-se em bueiros, porões, alicerces das casas e até em um buraco no sofá.
Outra função da toca para o rato feral é o armazenamento de comida. “Mas, no ambiente urbano, percebe-se que ele armazena menos alimento, pois o encontra facilmente disponível e em abundância nas latas de lixo das cidades. Eles até ‘assaltam’ despensas das casas”, conta o médico-veterinário.
Embora o rato de estimação, em teoria, não precise se proteger de predadores, esse comportamento permanece. Portanto, Pasqualin recomenda que o tutor providencie túneis artificiais com panos, madeira ou papelão para que os ratos fiquem escondidos dentro. O ideal é que a toca artificial tenha, pelo menos, duas saídas.
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