Basta olhar rapidamente para uma Pipira-vermelha para entender o porquê do curioso nome. A linda ave leva nas penas belíssimos tons avermelhados, que a diferenciam de outras espécies.
A médica-veterinária Thalita Queté, especializada em animais silvestres e exóticos do Centro Veterinário Queté, conta mais detalhes sobre a ave. Seu nome científico, Ramphocelus carbo, remete a outra característica do pássaro. Rhamphos e koilos, këlis, kelas, em grego, significam “bico” e “côncavo”, respectivamente. Já carbo, no latim, é “carvão”; ou seja, é a ave de bico côncavo da cor do carvão.
A Pipira-vermelha pode ser facilmente encontrada na Amazônia. Em especial, na Colômbia, Venezuela, Guianas, Paraguai e Brasil. No território nacional, inclusive, está em quase todo lugar. A exceção fica por conta da região Sul e do extremo leste do Nordeste.
Com cerca de 18cm, a Pipira-vermelha tem, além das penas avermelhadas, olhos negros que a deixam ainda mais bela. No caso do macho, a parte de baixo do bico é totalmente branquinha. Já a fêmea tem o corpinho mais marrom do que vermelho, e um bico escuro e cinzento.
A ave tem hábito diurno, e gosta de se alimentar de frutas, brotos e flores. Também acaba comendo insetos, que caça no ar, durante o voo. É difícil encontrar um pássaro da espécie sozinho. Eles gostam de viajar em bandos de 4 a 10 passarinhos, fazendo bastante barulho pela mata onde vivem.
O par de Pipira-vermelha nidifica 2 ou 3 vezes por ano, quando constrói o ninho em forma de taça escondido na copa das árvores. A fêmea coloca de 2 a 3 ovos brancos manchados de marrom e os choca por cerca de 13 dias. Os pais se revezam nos cuidados e nutrição da prole e, após o nascimento dos pequenos, o casal cuida das crias enquanto estão no ninho, para que aprendam a voar.
Segundo Thalita, quem gostou da Pipira-vermelha pode ter uma como pet em casa, contanto que seja adquirida em criador autorizado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).