Apesar de muito independentes, gatos são animais domésticos que precisam de muito cuidado e atenção – e isso torna-se ainda mais indispensável quando eles envelhecem. Mas qual é, exatamente, este momento? Falamos com o zootecnista João Paulo Fernandes para entender melhor esta questão – e, ainda mais importante: para compreender cuidados necessários relacionados a gatos senis e sua alimentação.
Para início de conversa, o envelhecimento de gatos difere em relação a como estamos acostumados a analisar cachorros. “Enquanto nos cachorros a senilidade está muito relacionada ao peso, que varia bastante, com os felinos é diferente: eles têm tamanhos muito similares. O peso deles varia, em média, em torno de 3,5kg, sendo assim, gatos entre 11 e 12 anos são idosos e começam a apresentar, em torno dessa idade, os principais problemas relacionados a isso.”
Além disso, outras diferenças são observadas nos felinos em comparação aos cães. “Gatos têm uma alteração na digestibilidade relacionada à idade, que é reduzida. Trabalhos científicos já apontaram que a digestão de proteínas e lipídios é afetada. Assim, faz-se necessário o fornecimento de alimentos, nessa idade avançada, com as fontes lipídicas e proteicas de elevada qualidade”, conta.
Outra alteração envolve o metabolismo: “Até os 11 anos de idade é observada uma redução do metabolismo basal nos felinos, seguido de elevação do mesmo, diferentemente dos cães e seres humanos – em que a taxa metabólica basal é reduzida na senilidade. Os gatos passam por um progressivo declínio na massa magra corporal, e redução na razão da massa magra e tecido adiposo ao longo do tempo, mas após os 12 anos de idade existe uma tendência para relativa perda de gordura corporal”, explica João.
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Em relação a alimentação, João aponta para a importância de levar esta questão a sério antes mesmo do gato atingir uma idade avançada. “O ideal, na verdade, é pensar em uma alimentação balanceada e nutritiva desde o nascimento do animal, repercutindo na longevidade e qualidade de vida. O tutor deve ficar atento a dietas que tragam segurança e adequação nutricional, do ponto de vista de reputação da empresa e qualidade de matéria prima”, pontua. “Na fase avançada, o médico veterinário estar capacitado a indicar dietas adequadas e que tenham alta digestibilidade para aproveitamento adequado dos nutrientes, conclui.