Adotar um pet pode transformar significativamente a vida de uma pessoa. Sendo uma prática cada vez mais comum nos lares contemporâneos, a presença de animais de estimação tem um papel crucial na saúde e no bem-estar psicológico dos donos.
Para entender um pouco mais sobre essa relação, conversamos com a Dra. Karina Wotzasek, médica-veterinária especialista em fisioterapia e reabilitação pet, e com a psicóloga clínica Nathália Cristine Silva.
Todo tutor já sentiu uma imensa alegria ao brincar com o seu bichinho. E de fato, a interações com pets podem diminuir os níveis de cortisol, o hormônio relacionado ao estresse, promovendo uma maior sensação de calma e relaxamento. Eles também ajudam na redução da ansiedade e na mitigação da solidão, oferecendo uma companhia constante e um suporte emocional valioso.
Pesquisas indicam que a interação com animais de estimação traz benefícios significativos para seus donos e para a Terapia Assistida por Animais (TAA), utilizada por profissionais de saúde em hospitais e instituições. De acordo com a psicóloga Nathália, idosos institucionalizados, crianças hospitalizadas e pessoas com transtorno do espectro autista ou TDAH já se beneficiam da TAA, que melhora aspectos físicos, cognitivos e emocionais. Esses estudos apontam que animais domésticos aumentam a sensação de segurança e reduzem a solidão, aprimorando habilidades sociais e de comunicação.
Conviver com pets proporciona um senso de propósito e conexão que pode ser particularmente benéfico em momentos de vulnerabilidade emocional. “Outro aspecto importante a ser destacado é o estímulo à atividade física que a presença de um pet pode proporcionar. Os passeios e caminhadas na companhia dos animais não apenas incentivam a prática regular de exercícios, mas também promovem uma rotina saudável, contribuindo para a saúde física e mental dos donos”, afirma a especialista.
Existem diferenças nos benefícios psicológicos proporcionados por cada tipo de pet, pois cada espécie oferece experiências e interações únicas que influenciam a rotina e a saúde mental dos donos de maneiras distintas. Os cães, por exemplo, são animais sociais que demandam interação constante, reduzindo a solidão e fortalecendo vínculos afetivos. Essa necessidade de socialização leva a uma rotina mais ativa, com atividades físicas regulares, como caminhadas diárias. A prática de exercícios melhora a saúde física e promove a liberação de neurotransmissores que elevam o humor e reduzem o estresse.
Por outro lado, os gatos, com sua natureza independente, exigem menos interação constante, ideal para pessoas que preferem uma rotina menos exigente. Eles proporcionam um ambiente calmo e acolhedor, sendo perfeitos para quem busca tranquilidade. Acariciar um gato está associado à redução da ansiedade e ao aumento do bem-estar. E para quem ama aves e animais aquáticos, saiba que elas também podem oferecer benefícios únicos, como estimulação mental através de interações divertidas e comportamentos curiosos. Com menor necessidade de manutenção que cães e gatos, esses pets são ideais para pessoas ocupadas. Observar os pássaros, ou o seu peixinho nadando, além de reduz o estresse, cria um ambiente relaxante e promove uma conexão com a natureza, favorecendo o equilíbrio emocional.
A escolha do bichinho de estimação deve considerar não apenas o estilo de vida do dono, mas também as necessidades emocionais e psicológicas que cada tipo de animal pode atender. A doutora Karina reforça que, para os donos, a responsabilidade de cuidar de um animal de estimação promove um senso de comprometimento e dedicação. O vínculo formado durante esses momentos de conexão e afeto se fortalece com o tempo, criando um laço profundo entre ambos. Dessa forma, ao cuidar da saúde do pet, o tutor se beneficia indiretamente, estabelecendo um ciclo positivo de saúde, amor e bem-estar mútuo.
E por falar em saúde, não podemos esquecer das visitas regulares ao médico-veterinário. Essa abordagem preventiva contribui significativamente para a redução das preocupações relacionadas à saúde do animal. Além disso, a participação ativa do tutor nos cuidados do pet durante as consultas fortalece o vínculo emocional entre ambos, promovendo uma sensação de realização e conexão mais profunda. Essa experiência compartilhada não apenas melhora a saúde do animal, mas também contribui para o bem-estar emocional do tutor, estabelecendo uma relação mais sólida e gratificante.
“O dono de pet tende a desenvolver um sentimento de empatia e responsabilidade, logo que precisa pensar nas necessidades do outro, além de si próprio, onde em alguns casos esse animalzinho se torna um fator de proteção no desenvolvimento de depressão, ou um recurso complementar no tratamento dela”, reforça Nathália.
Dentro dos lares, seja do Brasil ou em outros países, os pets têm se destacado como membros familiares tão importantes quanto as pessoas. Eles não são apenas companheiros; são verdadeiros parceiros de vida. Ao adotar um pet, você não apenas transforma a vida de um animal, mas também a sua própria, criando memórias inesquecíveis e um laço que transcende o tempo. Afinal, quem já experimentou o olhar afetuoso de um pet sabe que esses momentos de pura conexão e amor são capazes de iluminar até os dias mais sombrios, fazendo com que cada dia, ao lado deles, seja uma celebração à vida.