Você já viu gato de coleira passeando por aí? Apesar de ser um acessório muito comum em cães, não acontece o mesmo com os felinos. Isso ocorre porque cães e gatos têm personalidades e comportamentos muito diferentes.
A falta de costume e o comportamento natural territorialista são os principais fatores da resistência de gatos a coleiras, explicam as médicas veterinárias especializadas em felinos Vanessa Zimbres e Fabiana Pozzuto Poppi.
“Iniciar o uso da coleira em gatos já adultos é uma tarefa difícil. Para garantir eficiência e mais segurança no passeio com seu felino, é importante começar a prática cedo, com o animal ainda filhote”, explica Vanessa Zimbres, proprietária da Clínica Veterinária Gato é Gente Boa (@gatoegenteboa).
A utilização da coleira peitoral no gato filhote deve ser gradual (atenção, nunca use coleira de pescoço), salienta Vanessa. Primeiramente, é importante escolher um peitoral firme e segura para evitar possíveis fugas. “O ideal é começar com a prática desde cedo, com o gatinho ainda filhote, de preferência castrado e já com o protocolo vacinal completo”, afirma Fabiana Pozzuto Poppi, proprietária da PoppiVet – Clínica Veterinária (@poppivetclinvet).
Treinar dentro de casa é o primeiro passo. “É crucial escolher um peitoral seguro, para que o gato não consiga se soltar. Nos primeiros dias, deixe o gatinho com o peitoral alguns minutos dentro de casa. Ao decorrer dos dias, deixe por mais tempo, até que não se incomode mais com ela”, aconselha Vanessa.
Depois disso, é só começar aos poucos: em frente de casa, no jardim, pela calçada… Mas se lembre de que você nunca deve forçar ou exigir que o bichano faça o caminho que você quer. Uma das características mais incríveis dos bichanos é a sua independência. Entender o comportamento do gato é o primeiro passo para um passeio agradável e sem surpresas.
“É mais provável que um gato nos conduza do que o contrário. É preciso apenas que o tutor fique atento para que o gato não seja atacado por cães, sofra atropelamentos, entre em casas com portões vazados ou buracos”, orienta Fabiana.
Assim como cães, gatos têm horários mais adequados para passear: horas mais frescas do dia e com pouco sol, principalmente gatos com peles mais claras. Como seu gatinho não usa sapatos, fique atento também à temperatura do solo. “O piso quente da rua pode causar queimaduras nos coxins, aquelas almofadinhas que eles têm em baixo das mãos e dos pés”, diz Fabiana.
Uma dica importante das duas profissionais: tem gato que não vai se acostumar ao passeio e ponto! “Haverá gatinhos que não vão aceitar de forma alguma o uso do peitoral e não vão querer sair de casa. Se esse for o caso, nunca force o gato a fazer algo que não se sinta confortável”, aconselha Vanessa.
Lembre-se da água
Todos os gatos, independentemente de passearem fora de casa ou não, precisam ingerir bastante água. Mas gatos que passeiam precisam de atenção redobrada, porque podem chegar cansados.
“Uma forma de estimular a ingestão de água é colocar vários potes de água fresca e filtrada pela casa. Se puder um por cômodo, perfeito. Os alimentos úmidos também são muito bem vindos, pois é uma forma indireta de ingestão de líquido”, afirma Fabiana.