Segundo a Terceira Lei de Newton, dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço. Porém, quando se trata de pets, os donos costumam seguir o ditado “onde cabe um, cabem dois”. E assim, mais um pet chega à família.
Como fazer com que eles se deem bem? Em primeiro lugar, é preciso conhecer a fundo a personalidade e os comportamentos do seu pet, seja ela um cachorro ou gato, antes de pensar em adotar outro animal. Se o seu cachorro tem questões comportamentais a serem trabalhadas, independentemente do gato, como roubo de comida, reatividade no passeio, mania de caçar, entre outros, é imperativo trabalhar essas questões no pet antes de decidir adotar um gato.
Caso você tenha um gato medroso, por exemplo, ou que não se dê bem com visitas e pessoas fora do núcleo familiar, colocar um cachorro dentro de casa pode piorar a situação, pois, se o gato nunca viu um cachorro, este pode se sentir presa na presença do cão. Então, nessa situação, adotar um cachorro pode gerar muito estresse para o felino.
“Sempre devemos respeitar o limite de cada animal, respeitar até onde eles se sentem confortáveis e associando a presença do outro pet com coisas positivas. É importante também ter acompanhamento de um profissional do comportamento, porque normalmente quando os tutores fazem essa adaptação sozinhos, a chance de dar problema é muito maior, por não conhecerem a linguagem de cães e gatos”, ressalta a Dra. Luiza Cervenka, terapeuta comportamental de cães e gatos.
Ambientação
Ok, você ponderou e considera que seu cachorro está apto a ter um novo amigo dentro de casa.
A dica de Cervenka é a de preparar a casa, fazer a chamada “gatificação” do ambiente. “Colocar prateleiras para gatos nas paredes, oferecer tocas, disponibilizar espaços para que esse gato não precise estar em contato com o cachorro, caso ele não queira. Outra coisa muito importante é entender realmente a personalidade desse cachorro e ver se ele está pronto para receber um gato.
Se o pet for um cachorro que tem dificuldade de controle emocional, dificuldade de controle de impulsos, ele vai ter uma dificuldade na hora que o gato chegar em casa e começar pular de um lado para o outro, pois o cão pode ir para cima do gato e o gato pode ficar com medo. Dessa forma, é importante moldar o comportamento do cachorro, treiná-lo, fazer o manejo da casa para que tudo esteja em ordem no momento da apresentação entre os pets.”
Do outro lado, se você tem um gato e deseja adotar um cachorro, as dicas são as seguintes:
- Prepare o ambiente para o seu gato, cuide para diminuir ao máximo os estresse da rotina natural da casa com ele.
- Quando o cachorro chegar em casa, primeiro faça a troca de cheiros, onde eles vão sentir o cheiro um do outro, mas não haverá contato;
- À medida que esse gato estiver confortável, coloque ambos para interagirem com uma porta no meio, depois com uma tela no meio e assim vai indo. Mas sempre respeitando a evolução e a segurança e o conforto do seu gato;
- Quem vai ditar a agilidade, ou não, dessa adaptação é o gato.
Vacinação
Cachorros podem transmitir, por exemplo, pulga para os gatos. Verminoses também podem ser transmitidas de um para o outro. Então, é muito importante que os pets estejam com as vacinas em dia e, principalmente, que eles façam uso de antiparasitário, não só externo para ectoparasitas, mas também interno para endoparasitas. Consulte o médico veterinário de sua confiança para fazer o acompanhando dos seus pets.
“É muito comum o tutor vacinar o cachorro e não vacinar o gato. Dar o antipulga para o cachorro e não para o gato, já que o gato nunca sai de casa. Mas, o cachorro pode transmitir tudo isso para o gato. Então, a gente tem que tomar bastante cuidado e levar todos os pets ao veterinário e fazer o controle de parasitas”, comenta Cervenka.
“A principal dica é: cães e gatos não necessariamente são amigos, muito pelo contrário, a chance da aproximação dar errado é muito grande. Então, é muito importante o acompanhamento com um profissional comportamentalista com experiência com cães e gatos, porque cada um tem a sua linguagem, cada um tem a sua forma de funcionar, cada um tem as suas preferências, é muito importante para entender as necessidades básicas de cada espécie e oferecer um maior bem estar, uma melhor qualidade de vida para cada um em separado, para depois conseguir juntar os pets. Os tutores devem ter paciência para esse processo de adaptação acontecer de forma correta”.