Bichos extremamente inteligentes, papagaios e araras são ativos e curiosos. Por isso, caso seja tutor de um desses animais e perceber que ele está mais quieto, com menor apetite e sonolento, fique atento. Se esses sintomas perdurarem por mais de dois dias, leve-o ao médico-veterinário.
“Quando doente, a ave diminui a atividade, fala menos, e fica mais encolhida e com penas arrepiadas. Na natureza, o papagaio é considerado uma presa. É caçado por predadores, então naturalmente não ficará demonstrando sintomas, de modo a não atrair animais perigosos facilmente”, explica a médica-veterinária Erica Couto, especializada em animais silvestres da Clínica Tukan. Os males mais comuns são problemas respiratórios, infecciosos, parasitários e alguns quadros virais. “Os casos que mais vejo na clínica são problemas dietéticos e nutricionais, aliados a problemas respiratórios. Por isso, a principal regra é não deixar a ave em locais com corrente de vento, e evitar alimentação a base de sementes, como a de girassol”.
Já as penas podem cair por problemas nutricionais, intoxicações e vírus. “Existem dois tipos de vírus que podem causar doenças de bico e pena. O animal fica ‘pelado’ e outros males podem acometer o pet, já que a pena é um isolante térmico. Além disso, esses vírus podem contaminar outras aves”. Doenças como a psitacose (infecção causada por bactéria) podem ser transmitidas para humanos através da poeira das penas e de fezes ressecadas, bem como a giardíase que também tem transmissão através das fezes, e é passível de transmissão por qualquer animal. Ou seja, é importante para a saúde do pet e da família um ambiente limpo, bem cuidado e com cuidados de um médico-veterinário especializado em animais silvestres.
Como cuidar?
Fique atento ao clima! Além de cuidar para que o papagaio não fique exposto por muito tempo em correntes de vento, use poleiros de madeira para o “louro”. “Ele vai roer e eventualmente destruir o poleiro, mas é isso que faz, pois é um papagaio!”, diz a veterinária. Não use poleiros de metal ou PVC. Ambos resfriam os pés do animal, o que também pode gerar dermatite e infecções. Para limpar o espaço da ave, use água e sabão, ou passe água fervente na gaiola, sempre tomando cuidado com o animal. A água em alta temperatura desinfeta sem deixar cheiro, evitando reações alérgicas. Além disso, leve-o a um médico-veterinário especializado em animais silvestres pelo menos uma vez ao ano ou, de preferência, a cada semestre.