Por mais independentes que sejam, gatos são animais sociáveis. Para oferecer companhia e distrair seu felino, muitos proprietários optam por trazer um segundo gatinho para o lar. Porém, para ter uma boa convivência entre os bichanos, é preciso seguir algumas etapas.
Segunda a Dra. Vanessa Zimbres, especialista em felinos, da Clínica Gato é Gente Boa, sempre que for adotar um novo gatinho, é importante certificar-se de que ele esteja saudável antes de colocá-lo junto ao outro gato da casa. O novo gatinho deve passar por uma consulta veterinária para avaliar se não há doenças que possam ser transmitidas entre eles.
Ela também ressalta a importância de não deixar o gato residente ter contato visual com o novo pet no início, para não haver disputas territoriais e conflitos. “O novo gatinho deve ficar em um cômodo separado do resto da casa, onde vão ficar caixinha de areia, água, comida e cama”, explica ela. O objetivo é que o novo membro da família acostume-se aos poucos com a casa nova e o gato antigo comece a reconhecer o cheiro e a presença do novato antes de serem apresentados fisicamente.
Essa primeira fase de adaptação deve durar de 2 a 3 dias. A partir daí, aos poucos, a Dra. Vanessa indica que o dono comece a incentivar o gato da casa a sentir o cheiro do futuro companheiro por baixo da porta, por exemplo. Deixá-lo cheirar objetos do novo gatinho e a roupa que esteve em contato com ele também ajuda.
Se ambos aceitarem bem a introdução pelo olfato, pode seguir para a apresentação ao vivo. “De início, o gato da casa vai estranhar. Pode dar umas ‘bufadas’ e até um tapa, mas sem machucar. Ele está mostrando ao novo gatinho quem é o dominante. Não o repreenda!”, alerta a médica. Se isso acontecer, deve-se falar calmamente com os dois e voltar a separá-los. Faça isso até que eles se acostumem com a presença um do outro, sem haver ameaças.
Não se esqueça de que os gatos são naturalmente territoriais. Por isso, o proprietário deve cuidar para que o gato da casa não sinta ciúmes ou se sinta ameaçado pela presença do novo bichano. Portanto, afirma Dra. Vanessa “caminhas, bebedouro, comedouro e caixa de areia devem ser individuais e ficarem separadas no início”. Ela também alerta para que o dono dê mais atenção ao gato antigo no começo, para que ele saiba que não está perdendo seu espaço e privilégios por causa do outro pet.
A especialista em medicina felina sugere ainda que, assim que o novo gato estiver com a vacinação em ordem, é imprescindível a castração, já que os hormônios sexuais influenciam bastante no comportamento dos gatos. Caso o antigo gato não seja castrado, deve-se providenciar a castração de ambos.
Por fim, pode acontecer de os dois bichanos não se acostumarem um com o outro. Desde que não haja brigas ou ameaças entre eles, ambos podem conviver no mesmo ambiente sem que sejam amigos. “O segredo está em mostrar ao gato antigo que ele não está perdendo espaço”, conclui a Dra. Vanessa.