Estar doente e/ou internado não é uma situação lá muito agradável. Pior ainda é quando temos que ficar confinados em um quarto de hospital, isolados do mundo e longe do convívio dos seres importantes da nossa vida.
Quem tem animal de estimação e passa por uma situação de internação tem que lidar, ainda, com o desafio de contornar a saudade dos bichinhos, enquanto os pets em casa tentam fazer o mesmo com a falta de seu tutor. Ou seja, uma tarefa nada fácil.
Felizmente, esta situação vem mudando por conta dos incontáveis estudos científicos que comprovam os efeitos benéficos que os animais exercem sobre os humanos e pelo fato das sociedades estarem se tornando cada vez mais adaptadas para dar conta das necessidades contidas na relação entre nós e nossos bichos.
Pets nos hospitais
A terapia assistida por animais já havia aberto o caminho para novas formas de tratar pessoas doentes lá no século XVIII, pela iniciativa do filantropo inglês William Tuke. Atualmente, a TAA foi aderida em diversas instituições e é praticada apenas com animais minuciosamente avaliados em termos de saúde e comportamento.
Diferentemente dos animais terapeutas, a presença de bichos de estimação em hospitais era algo impensável até pouco tempo. Se nem em shoppings eles eram aceitos, imagine em um ambiente hospitalar?
Mas a história já começou a mudar…
Há alguns anos, o canadense Zachary Noble, de apenas 25 anos, pediu para receber a visita de seu cãozinho “Chase” enquanto estava internado – sem muitas esperanças – para tratar de um linfoma de Hodgkin. Após a visita escondida do cão, Zach apresentou uma surpreendente melhora e viveu por um período maior do que o esperado.
Após a morte de Zachary, sua tia fundou a “Zachary’s Paws for Healing” para atender ao último pedido do sobrinho e formar a primeira organização canadense que tornava possível a visita dos pets para seus tutores internados.
Antes mesmo do caso de Zach, em 2008, o Centro Médico da Universidade de Maryland, nos EUA, já havia criado o programa “Faithful Friends” (Amigos Fiéis) que permite a visita dos pets às pessoas internadas no hospital.
Desde 2013, o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, trabalha com um esquema de visitação de pets para pacientes internados até mesmo em unidades semi-intensivas. A instituição foi a primeira do país e de toda a América Latina a receber o selo da organização americana Planetree, focada na humanização da saúde e em melhorar o atendimento médico a partir da perspectiva do paciente.
Benefícios da visita dos animais de estimação
Além de dar uma mãozinha para o processo de recuperação de pessoas internadas, a presença dos pets em hospitais melhora o humor e bem-estar, reduz a ansiedade, ajuda a encurtar a duração da internação dos pacientes e, em alguns casos, pode até promover a cura de algumas doenças.
Por serem parte da estrutura familiar como qualquer outro membro, os animais de estimação conseguem reconfortar os pacientes e trazer um pouco da normalidade de suas vidas para dentro do ambiente hospitalar.
O poder dos pets ainda vai além e pode se tornar um fator motivador da própria equipe médica e da família. Os membros do grupo familiar se fortalecem com a sensação de que estão fazendo algo realmente benéfico para seu ente hospitalizado, tendo amenizado os sentimentos relacionados à impotência frente à situação.
Apesar das regras variarem de acordo com cada instituição, geralmente, para visitar seu tutor, o bichinho tem que ser manso, possuir um laudo veterinário que ateste suas boas condições de saúde, estar com as vacinações e vermifugações em dia e, em alguns casos, recomenda-se dar banho no animal um dia antes da visita. E, claro, tudo deve ser feito com prévia autorização médica.
Quem não gostaria de receber uma visita especial assim, né?
Paula Soncela