Cães podem farejar doenças em humanos?

Os cães têm o olfato extremamente aguçado e isso não é novidade. Nossos amigos são dotados de 220 milhões de células olfativas, enquanto nós, humanos, possuímos apenas 5 milhões. A questão é que a ciência tem buscado caminhos para usar essa vantagem dos peludos a favor da medicina e, com as descobertas, eles poderão salvar vidas. Há uma infinidade de estudos conduzidos no exterior para descobrir se os cachorros são capazes de farejar doenças em humanos, dentre elas, o câncer, que tem sido estudado insistentemente.

Um estudo publicado em 2004 pelo British Medical Journal mostrou que cães podiam ser treinados para farejar câncer na bexiga em amostras de urina de pacientes doentes. Os cães que participaram do estudo acertaram 41% dos casos. Dois anos depois, a Pine Street Foundation também conduziu um estudo em que amostras de ar exalado por pacientes com câncer de mama, câncer no pulmão e pacientes saudáveis foram analisadas por cães. Eles foram capazes de detectar a doença em mais de 90% das amostras.

Em 2012, o European Respiratory Journal publicou um estudo em que foram submetidos a cães farejadores 220 amostras de ar exalado de pacientes saudáveis, pacientes detectados com câncer de pulmão e pacientes com doenças pulmonares obstrutivas crônicas. Foram identificadas 93% das amostras de pacientes com câncer de pulmão. Outro estudo realizado em 2014 no Humanitas Research Hospital, em Milão, na Itália, mostrou que cães identificaram com precisão 98% das amostras de urina de pacientes com câncer de próstata.

Outras doenças

Os pesquisadores têm se debruçado bastante sobre o assunto nos últimos anos e, além do câncer, eles têm investigado a capacidade dos cães de detectar outras doenças. A narcolepsia, distúrbio do sono, é uma delas. Um estudo de 2013 mostrou que cachorros treinados puderam apontar a doença em 11 de 12 pacientes, apenas farejando amostra de suor.

A enxaqueca também já foi pesquisada. Em 2014, a Psychology Today publicou um estudo sobre tutores de cachorros que têm enxaqueca, mostrando que 54% dos 1.027 participantes notaram mudanças no comportamento dos bichinhos antes e durante as crises. Segundo os pesquisados, a mudança de comportamento era para alertar sobre as dores.

Além de fazer os humanos muito felizes, os cachorros podem trazer inúmeros benefícios e ainda ajudar a medicina e a ciência com importantes avanços!

 

 

Por Ana Carolina Barbosa
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