Não são somente os cães, gatos, peixes e aves que tem se tornaram os pets preferidos dos brasileiros. Nos últimos anos, os animais de sangue-frio definitivamente conquistaram um lugar entre os animais de estimação. Os donos se apegam a seus jabutis, iguanas e serpentes, e garantem que o afeto é retribuído pelos bichinhos.
O consenso entre especialistas é que os répteis mostram diferentes emoções. Normalmente elas estão mais ligadas às necessidades básicas, como fome, sede e medo. “É um animal basicamente instintivo. Dificilmente ele vai elaborar um plano, não tem uma inteligência comparável à de um cachorro ou papagaio. A maneira como foram concebidos e acabaram se adaptando ao meio-ambiente foi tão boa, que não precisaram mudar muito nos últimos milhares de anos”, explica André Grespan, médico-veterinário da clínica Wildvet.
Isso não significa, porém, que esses animais não possam demonstrar afeto com os humanos. André já presenciou diversas demonstrações de afeto dos répteis. “Lagartos como o Teiú pedem para ganhar carinho e subir no colo. Ou Jabutis, que respondem ao chamado para vir junto ao dono, pedir carinho”, exemplifica.
É através do manejo que os donos podem se aproximar de seus pets de sangue-frio. Uma manipulação sem forçar, e sempre entendendo e respeitando o limite do animal. “Não adianta querer pegar a todo momento, pois muitas vezes o animal não vai estar afim. É preciso um ‘feeling’ para não exagerar. A recomendação é manipular o animal com cuidado, para não machucar ou incomodar”, comenta André.
Segundo André, a crença de que eles aguentam menos tempo de manipulação em relação a outros pets não é verdadeira. “Se estiver quentinho e confortável, ele pode ficar até mais tempo no colo do que um cachorro ou gato”.