Podemos definir epilepsia canina como um distúrbio neurológico que pode se originar de causas infecciosas, traumáticas, hormonais, metabólicas que tem como característica uma desorganização de estímulos elétricos cerebrais e que causam alterações repentinas em comportamentos. Essa é a definição do médico veterinário Leonardo Giovanetti Neto, da Med Center Pet Barueri, na Região Metropolitana de São Paulo. “Essas crises convulsivas são causadas por uma descarga elétrica anormal e excessiva no cérebro do animal, que acontece sem ter uma causa conhecida”, explica.
Entre os sintomas, os cães apresentam enrijecimento de musculaturas, salivações, tremores, perda total de consciência, movimentos anormais de pernas e braços, perda total de coordenação dentre outros, explica Giovanetti . “Quando ocorrem geralmente causam uma situação de pânico a seus proprietários, justamente por se tratar de um quadro bem impressionante e desesperador para aqueles que presenciam os sintomas pela primeira vez”, alerta.
Várias são as causas desse distúrbio, e entre elas, de acordo com o veterinário, está a cinomose, doença infecciosa viral que especificamente nas fases terminais apresenta quadros convulsivos “devido ao ataque do vírus que atravessa a barreira hemato encefálica e danifica os neurônios do sistema nervoso central e provocam convulsões fortíssimas”, garante Giovanetti
Outro fator para a ocorrência de epilepsia em cães são os traumatismos que afetam as estruturas encefálicas. “Neste caso, desorganizam os estímulos neurológicos e causam a compressão nervosa e convulsões que na sua maioria das vezes podem deixar sequelas irreversíveis”, afirma Giovanetti.
Outros problemas apontados pelo médico veterinário para a ocorrência de epilepsia são as doenças endócrinas que ocorrem em casos de hiperglicemias causadas por diabetes melittus onde o nível de glicose aumenta significativamente no organismo bem como em casos contrarios a este como as hipoglicemias que também são causadoras de convulsões ou ataques epiléticos; neoplasias (tumores), que são grandes causadores de processos convulsivos; nefropatias, que em fase terminal causam insuficiência renal que também é causadora de convulsões; e ainda o acidente vascular cerebral (AVC), mais popularmente conhecido como derrame que também ocorre em pets devido a deficiência circulatória em vasos cerebrais”
Giovanetti explica que os principais sintomas de processos convulsivos são: perda de consciência, tremores generalizados, enrijecimento das musculaturas como braços esticados e pernas, olhos arregalados, boca espumante, olhos em movimentação lateral (nistagmo), movimentos de pedalagem em membros dianteiros. “Esses sintomas normalmente são passageiros e dificilmente levam a óbitos, mas é de suma importância que sejam levados ao veterinário”.