Como lidar com a queda de pelos e alergias ao adotar um cão ou gato

Adotar um animal de estimação é um momento especial, mas é importante estar preparado para lidar com questões como alergias e a queda de pelos, especialmente se você ou alguém na sua casa tem sensibilidade a essas condições.

Antes de adotar ou comprar um cão ou gato, é essencial saber se você ou alguém na sua casa tem alergia aos pelos desses animais. Segundo a médica-veterinária Isabella Braga Correa Alves, especializada em dermatologia e alergologia, o primeiro passo é procurar um alergologista para realizar um teste alérgico.

“É importante verificar se você é realmente alérgico a cães ou gatos ou se apenas tem uma sensibilização. A partir disso, pode-se iniciar uma imunoterapia, que é um tratamento para reverter a alergia. Nesse tratamento, o próprio alérgeno é injetado no corpo em uma diluição controlada, para que o organismo passe a tolerá-lo ao longo do tempo”, explica a especialista.

Portanto, se você tem o desejo de ter um animal de estimação, mas sofre com alergias, vale a pena explorar essa opção terapêutica.

Raças que soltam menos pelos

Animais de pelo longo tendem a soltar menos pelos que aqueles de pelo curto. Isso vale tanto para cães quanto para gatos. Raças de gatos como o azul russo e o maine coon são conhecidos por perderem menos pelos em comparação com outras. Por outro lado, os gatos sem raça definida, como o vira-lata, tendem a soltar mais pelos devido à imprevisibilidade do seu histórico genético.

Alves ainda destaca: “Além de escolher raças que soltam menos pelos, é importante realizar uma rotina de cuidados com o pelo do animal. Escovar regularmente ajuda a controlar a queda e o uso de suplementos à base de ômega 3, 6, 9, vitamina A e E também contribui, a longo prazo, para um pelo mais saudável. Dar banho com regularidade também ajuda, mas só vale para os cães.”

Manter a casa limpa e livre de pelos pode parecer um desafio, mas existem estratégias que ajudam a lidar com isso. “Eu recomendo aspirar a casa todos os dias, se possível. E claro, a suplementação com ômega e vitaminas é algo que faz uma diferença significativa no controle da queda de pelos ao longo do tempo”, sugere a médica veterinária.

Outro hábito importante é a escovação. “Tanto para cães quanto para gatos, escovar o pelo uma vez por semana ou a cada 15 dias ajuda a remover a camada inferior do pelo, e controlar a queda. No entanto, é fundamental que o tutor consulte um dermatologista veterinário para determinar a frequência ideal de escovação, pois isso varia conforme o animal”, acrescenta Isabella Braga Correa Alves.

Doenças que podem causar queda de pelos

Se o seu animal estiver perdendo pelos em excesso, isso pode ser um sinal de alguma condição de saúde subjacente. A médica veterinária alerta que várias doenças podem causar a queda de pelos, como a dermatite atópica, disbiose na pele, e doenças autoimunes, como o lúpus e o pênfigo. “Quando a pele está em desequilíbrio, há maior propensão à queda de pelos. Além disso, doenças endócrinas, como hipotireoidismo e hiperadrenocorticismo, também deixam o pelo ralo e sem vida”, explica.

Para tratar adequadamente essas condições, a recomendação é buscar ajuda de um dermatologista veterinário. “Um clínico geral pode não identificar a causa da queda com a mesma precisão. Especialistas em pele estudam essas condições a fundo e conseguem dar um diagnóstico mais preciso e um tratamento eficaz”, complementa Alves.

Antes de adotar um animal, é fundamental pesquisar sobre as raças e suas características, além de estar preparado para lidar com a queda de pelos e possíveis alergias. “Estudem sobre a raça antes de pegar um animal. Uma vez que o animal é adotado, ele se torna parte da família, e devolvê-lo não deve ser uma opção. E sempre busquem a ajuda de especialistas para cuidar da saúde e bem-estar dos seus pets”, encerra a especialista.

 

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