A alimentação animal vai muito além do que simplesmente oferecer ração em horários determinados pelo fabricante. É preciso ter equilíbrio e oferecer ao animal uma alimentação balanceada, com rações, secas ou úmidas, e petiscos. Cada um desses tem sua funcionalidade e importância na rotina alimentar.
De acordo com a FEDIAF – Federação Europeia das Indústrias de Pet Food, os alimentos úmidos são aqueles com uma maior quantidade de água em sua composição, contendo de 60% a 84% de teor de umidade. São aqueles sachês ou comidas enlatadas com um cheiro muito agradável e o sabor é muito bem recebido pelos animais.
“Além de serem mais palatáveis, podem apresentar melhor digestibilidade, dependendo das matérias primas utilizadas em sua produção. Também podem apresentar menor teor de carboidrato e mais gordura e proteína, comparada ao alimento seco”, explica Laissa Santiago, Médica veterinária pós-graduada em Acupuntura Veterinária, atualizada em Nutrição Funcional e Medicina Nutracêutica.
Os alimentos secos contém, no máximo, apenas 12% de teor de umidade, apresentam maior quantidade de cereais e tubérculos, fontes de amido (carboidrato) em sua formulação, que irão promover a formação dos kibbles, aqueles grãos bem crocantes.
Os petiscos são alimentos complementares, não devem ser unicamente utilizados como forma de alimentação. Trata-se de um agrado, pode ser oferecido em pouca quantidade em treinamentos, adestramentos, reforço positivo e enriquecimento ambiental.
Balanceando a alimentação
Com tantas opções no mercado, é preciso ficar atento e não sair oferecendo tudo o que vê pela frente ao pet. “A alimentação do pet deve ser balanceada, seja ela feita mediante dieta caseira com alimentação natural ou ração. A ração é um alimento que atende aos nutrientes mínimos necessários para cães e gatos. Na alimentação natural, a adição da suplementação é indispensável, pois não possui todas as vitaminas e minerais necessários para cães e gatos”, orienta Santiago.
No caso das rações, existem opções confiáveis no mercado, com ingredientes mais selecionados e com menor quantidade de aditivos sintéticos, caso a alimentação natural não seja uma opção para o tutor. “É muito importante que os novos alimentos ofertados sejam introduzidos de maneira gradual para não ocorrer mudanças no trato gastrointestinal do pet, que podem evoluir para desconfortos gástricos ou intestinais”.
Como trocar a dieta – introdução gradual
Ao trocar uma dieta, a transição gradativa é fundamental. Um cãozinho que, por exemplo, se alimenta de ração e irá mudar a alimentação para dieta caseira, deve comer no início 75% de ração + 25% de comida nos primeiros dias. Logo depois, 50% ração e 50% comida. Nos últimos dias de transição, 25% ração e 75% comida, até chegar em 100% da nova alimentação. “Isso vale para qualquer troca de alimentação, seja ela ração, dieta caseira cozida, crua com ossos ou crua sem ossos” explica a médica veterinária.
Os petiscos são fundamentais para reforço positivo principalmente em cães, auxiliando no adestramento, principalmente em filhotes. O ideal é oferecer uma quantidade mínima no início e observar se o pet terá alguma sensibilidade. “A quantidade de petiscos não deve ultrapassar 10% do total de calorias ingeridas diariamente. Se um cãozinho necessita de 200kcal ao dia pode receber no máximo 20kcal de petiscos ao dia”, explica.
É importante citar que, para qualquer mudança drástica na alimentação do pet, é fundamental consultar um especialista. “O acompanhamento de um veterinário com entendimento em nutrição ajuda muito na formulação da dieta, principalmente quando há o desejo de misturas na alimentação, como ração e comida caseira. Ter uma dieta balanceada significa que ela deva oferecer todos os nutrientes necessários para a saúde do animal”, conclui Laissa Santiago.