Como a memória de longo prazo é diferente para eles, a briga por causa do xixi no lugar errado pode deixar seu pet somente confuso!
Os cães possuem memória de longo e curto prazo, mas elas funcionam de maneira diferente da nossa. Isso significa que eles não são capazes de lembrar eventos específicos da mesma forma que nós.
“Existem muitos mitos acerca da memória dos cães, como por exemplo, a história de que cachorro que fica muito tempo sem ver o dono esquece da sua fisionomia, ou que só reconhece o tutor quando ouve sua voz, ou que a memória dos cães é somente olfativa, pois eles são incapazes de reconhecer figuras ou rostos”, enumera a médica-veterinária Mayara Ramos da Silva, especialista em comportamento animal. “Mas todas essas afirmações são falsas”.
Na verdade, a memória do cachorro é mais complexa, composta por sensações olfativas, auditivas, visuais e de paladar. Esses dados então serão armazenados na memória de curto e longo prazo, de acordo com as necessidades do animal, e baseadas nos instintos básicos da espécie.
É por isso que, muitas vezes, é difícil para o cão entender o motivo da bronca, quando faz algo errado, se aquela ação inapropriada aconteceu há algumas horas atrás. “Muitas vezes ele tem a reação de se encolher porque entende o tom de voz e a energia que a pessoa impõe quando fala com ele, mas não compreende o motivo determinante. Não adianta repreender o cão por ter feito xixi no pé da mesa ou por ter comido algo que não deveria depois do evento ocorrido”.
Ele deverá ser corrigido no momento exato em que pratica o ato. Porém os cães são capazes de armazenar informações a longo prazo que são importantes para sua sobrevivência como, por exemplo, o local em que escondeu o ossinho.
Dessa forma, a melhor maneira de acessar a memória do animal de maneira positiva é trabalhar o reforço positivo utilizando todos os sentidos do cão. “Por exemplo, no caso de adestramento, o cérebro do animal entende que aquele som ou aquele movimento que faz com que ele encoste o bumbum no chão [no caso do comando para “sentar”] vai fazer com que ele consiga o petisco. No caso de cães que têm medo de outros cães, se tratados com reforço positivo, toda vez que o cachorro medroso vê outro cão e você oferece o petisco, o cérebro trabalha de forma associativa”, explica.
Ele aprenderá que ele ganha algo agradável quando vê outro cachorro. Pode ser petisco, carinho ou brinquedo, qualquer coisa que o cão goste muito.