Muitos estudiosos classificam a depressão como um distúrbio típico do século 21. A agitação da vida moderna, o individualismo extremado e outros fatores característicos da sociedade atual acabam desencadeando problemas relacionados à autoestima, sentimento de inferioridade, tristeza e pessimismo. Existem, contudo, variadas formas de tratamento da depressão, que incluem terapias medicamentosas e psicológicas. Como apoio a esses tratamentos, é cada vez mais recorrente o auxílio de um pet como companhia agradável para quem sofre desse mal. E o gato é um bichinho privilegiado, que pode auxiliar muito na recuperação do depressivo.
“O gato é um bicho muito companheiro, que estimula o aumento da afetividade e do carinho. Isso ajuda na autoestima e na confiança do paciente”, afirma a superitendente técnica da ONG Patas Therapeutas, Silvana Fedeli Prado. A relação que se estabelece entre o gato e o assisitido pela terapia é o que ajuda nessa recuperação, pois a pessoa ao se importar com o bichano, cuidando da sua alimentação e da sua higiene, por exemplo, transfere um pouco o foco de si para um ser que necessita de cuidados e atenção, explica Silvana.
Pelas suas peculiaridades, o gato exige um treinamento bem diferente que o dos cães para ser “terapeuta”. Normalmente, não são tão sociais para saírem em público e interagirem com outros animais, por isso exige uma preparação um pouco mais trabalhosa, segundo a superintende. “O gato que serve de apoio à pessoa depressiva não pode arranhar ou morder, por exemplo. Ele deve ser uma companhia que precisa ‘aguentar’ o carinho”, resume. Daí a necessidade de ser muito bem avaliado antes de iniciar qualquer trabalho de auxílio terapêutico. A regra geral é saber fazer o direcionamento desses animais especialmente treinados para cada tipo de patologia.
Famosos pelo seu espírito “livre”, os gatos podem também ser vistos como animais terapeutas, assim como os cães, mais conhecidos nessa função.