Apatia, desânimo, falta de apetite e isolamento. Esses são alguns dos sintomas encontrados em cachorros com depressão. Uma pesquisa da Universidade de Bristol, no Reino Unido, provou, em 2010, que a doença também atinge cachorros e está ligada a diferentes questões emocionais e traumas vividos pelos pets. Entre os choques que podem desencadear o quadro, estão uma mudança de ambiente, a morte de algum membro da família, a perda de liberdade e a chegada de um novo animal de estimação. Experiências traumáticas, como um acidente ou uma cirurgia, ou um logo período de doença, também são causa de depressão.
“O principal agente da depressão em cachorros é a solidão, é o pet estar sem companhia e sem nada para distraí-lo”, explica Pedro Henrique Bugallo Risolia, médico-veterinário formado pela Universidade de São Paulo. “O cachorro precisa estar o tempo todo com a mente ocupada, envolvido em alguma atividade. Como atualmente os animais de estimação estão cada vez mais sozinhos em casa, isso se torna um grande problema”.
Como identificar se seu cachorro está deprimido
“Se o pet está mais quieto, brinca menos, apresenta lambedura nas patas ou se coça demais até formar feridas, como forma de automutilação, ou está destruindo muito o mobiliário da casa para se distrair, o tutor deve considerar que ele não está bem”, indica o especialista. A mudança de comportamento é um dos sinais da depressão canina. Outros sintomas são a falta de interação com os outros habitantes da casa, o isolamento em um canto e a perda de apetite.
Ao perceber esses sinais, o tutor deve levar imediatamente o animal ao veterinário, já que somente esse profissional pode identificar o quadro e prescrever o tratamento. Nesse caso, é importante brincar bastante com o animal, deixando-o menos sozinho. Levá-lo para fazer exercícios e cuidar da alimentação também são bons cuidados. Em último caso, o tratamento pode incluir medicamentos homeopáticos e alopáticos, além da terapia canina.
Como evitar a depressão canina?
É importante considerar os impactos que uma situação de mudança tem no pet. Mudanças de casa ou a chegada de um novo animal de estimação podem ser situações bastante estressantes para o cachorro, portanto é ideal que se encontre uma forma do bichinho se adaptar a nova situação.
Manter uma rotina de passeios e brincadeiras pode ser uma forma de manter uma estrutura para o seu melhor amigo. O enriquecimento ambiental, ou seja, proporcionar ao pet atividades para ele fazer em casa, como colocar a ração dentro de brinquedos para interagir sozinho, por exemplo, ou um segundo animalzinho para fazer companhia, podem ser uma saída para a solidão. Outras possibilidades são a procura de creches ou de passeadores.
Além disso, carinho, atenção, amor e cuidado são as melhores formas de prevenir a doença nos animais. “Basta o animal ter companhia que ele já melhora”, explica o especialista.