Infelizmente, nossos amigos pets também podem passar pelo trauma de ter um tumor. E os peixes não escapam deste cenário. No entanto, como nos humanos e em outros pets, incluindo cachorros e gatos, o surgimento de um tumor não é necessariamente um câncer.
O tumor (ou neoplasia) é causado por um aumento da multiplicação de células em determinada região do corpo. Ele pode ser benigno ou maligno. No caso de ser maligno, ele é ocasionado por conta de uma multiplicação desordenada e agressiva das células, e significa que seu peixinho está com câncer.
O surgimento de tumores nestes animais não é incomum e acontece com relativa frequência. Segundo a médica-veterinária Bruna Tiemy Miagawa, eles podem ocorrer tanto em espécies de água doce quanto salgada. “Exemplo de peixes populares no Brasil atingidos por este problema são os das espécies de Carpas e Dourados. No primeiro caso, por exemplo, devido a entraves burocráticos para a importação destes animais, o cruzamento entre eles ocorre principalmente por espécimes que já estão no País. Com isso, a genética deles passa por um processo de degeneração ao longo do tempo, e aumenta a possibilidade de surgir tumores.”
Nos peixes existem também alguns tumores de etiologia viral. Um exemplo disso é o vírus Lymphocystis. Ele acomete tanto peixes de água doce (ex.: Ciclídeos, Colisas e Tricogaster), como também espécies marinhas (ex.: Borboleta, Gobies, Donzelas e Peixe-palhaço). “Por conta dele, aparecem várias ‘verruguinhas’ no corpo do animal, principalmente nas nadadeiras. Ele pode não ser maligno, mas fica esteticamente feio e pode incomodar o peixe”, afirma ela.
Os tumores podem aparecer em diversos formatos e maneiras nos peixinhos. Bruna afirma que cada caso é diferente e não há um aspecto padrão. Pode surgir um caroço ou aumento significativo em alguma parte do corpo do animal, ou alterações em suas escamas. Até mesmo um inchaço pode ser um sintoma de tumor. Outro tipo é encontrado nas brânquias. Ele faz com que o peixe seja incapaz de fechá-las, devido a uma disfunção em sua tireoide.
O ideal é que, assim que o dono identificar uma alteração suspeita no comportamento ou aparência de seu animal, marque uma consulta com um médico-veterinário especializado. “Ainda não é muito comum no Brasil, mas alguns especialistas já estão utilizando técnicas de retiradas de tumor no País similares às utilizadas nos humanos. O animal é anestesiado e realizamos uma cirurgia nele para a retirada do tumor ou tumores. Depois, há todo o cuidado pós-operatório, com remédios e analgésicos para ele não sentir dor.”
Em caso de Lymphocystis, o procedimento para retirada é ainda mais simples. “Por ser um vírus que se dissemina muito rápido, recomendamos retirar o animal infectado do aquário para que isso não se alastre para outros peixes. Após o diagnóstico do veterinário, esta retirada não precisa ser cirúrgica e pode ser feita por uma raspagem da lesão”, finaliza Bruna.