Natural em toda América do Sul e América Central, a iguana é um dos répteis mais populares e bastante procurados como animal de estimação. Com seu visual “dinossáurico”, sua ampla papada e crista que percorre da cabeça até o final da cauda, pode até assustar os mais incautos, porém, não é um animal feroz ou perigoso.
A expectativa de vida é de 15 a 20 anos, portanto, é um companheiro que o acompanhará durante boa parte da vida e precisará de cuidados durante este tempo. A iguana comum (Iguana iguana) é um animal bem constituído, robusto e mede de 30 cm a 45 cm (mas que pode chegar a dois metros de comprimento, com a cauda representando cerca de dois terços da sua dimensão total), e cinco quilos. É um dos maiores lagartos do continente americano.
Temperamento
“Se bem orientado por um profissional especializado, a pessoa pode, sim, ter uma iguana como primeiro réptil de estimação”, conta o veterinário especializado em animais exóticos, Rodrigo Ferreira, da ExotiCare. “Mas deve levar em conta que o animal ficará grande e necessitará de um espaço adequado no futuro. Eles se acostumam com a manipulação, mas quando filhotes, são mais agitados e assustados. O ideal é que o animal sempre seja pego com a pessoa colocando a mão por baixo do abdômen e tórax do réptil, para então suspendê-lo. Jamais deve ser pego pela cauda, pois ao puxá-la, a mesma pode se soltar do corpo do animal, como um mecanismo de defesa contra predadores”, completa.
Em geral, o veterinário não recomenda o contato da iguana com outros animais. “Cães e gatos costumam atacá-las. Caso o réptil aceite outro indivíduo de sua espécie (alguns são agressivos e não aceitam), a convivência pode existir”, diz.
Montando um terrário
Como dissemos acima, a iguana pode chegar a dois metros de comprimento! Então, o terrário ideal deve ser planejado já pensando no futuro do animal. “A iguana é arborícola, por isso, o terrário ou viveiro deve ser maior em suas dimensões verticais do que horizontais. Ela passará a maior parte do tempo em cima de galhos e árvores. Tomando um animal adulto como parâmetro, o tamanho mínimo recomendado é de 1,5 m² na base, por, pelo menos, dois metros de altura. É ainda melhor se for mais alto. Neste local deve haver fontes de aquecimento, como lâmpadas e acesso à radiação UVB ou radiação solar direta, sem nenhum tipo de barreira. Ou seja, é ideal que o sol chegue diretamente ao animal, sem que haja vidro”, ressalta. O uso de lâmpadas UVB específicas para répteis pode substituir a luz solar direta.
Alimentação
“A iguana é um animal estritamente herbívoro, por isso, em hipótese alguma, devemos servir a ele insetos ou carne. É possível encontrar rações específicas para esse animal em clínicas especializadas e grandes lojas pet, mas, de maneira geral, sua dieta deve ser composta por verduras de folhas escuras (em maior quantidade), legumes e frutas (em menor quantidade)”, prossegue Ferreira.
Legislação
Apesar de popular, ainda não existem, no Brasil, criadouros legalizados pelo Ibama, impedindo que o animal seja adquirido de maneira legal no País. “Em outros países do mundo existem outras espécies de iguana que são comercializadas, como a iguana-rinoceronte, mas a única espécie nativa é a iguana-verde ou comum”, finaliza o veterinário.
Pensando nisso, vale a reflexão quanto adquirir ou não esta espécie.