Toda ave pode sofrer com bursite?

Aves podem desenvolver problemas de bursite? Por uma confusão comum entre nomes de doenças, a resposta é menos simples do que “sim” ou “não”. Apesar de ser um termo comum na medicina humana para denominar inflamações nas articulações, os problemas dessa natureza mais comuns em aves são as artroses e sinovites, ambas de natureza traumática ou infecciosa. A artrose é um desgaste da cartilagem de proteção nas extremidades dos ossos; já a sinovite é uma inflamação da membrana sinovial, camada conjuntiva que reveste tendões e outros tecidos tanto no corpo de aves quanto de mamíferos.

Mas, quando se trata principalmente de animais da ordem Galliformes (como as galinhas, faisões, perus, pavões e codornas) existe uma doença específica, conhecida como Doença de Gumboro. E, quando falamos de bursite nesse tipo de animal – os galináceos – é nela que devemos prestar atenção. “Nesse caso, o problema surge de fato em um órgão conhecido como Bursa de Fabricius, responsável pela formação das células de defesa das aves, e é presente apenas na fase inicial da vida do animal. Ou seja, não é presente do indivíduo adulto”, explica o médico-veterinário Guilherme Augusto Marietto Gonçalves, doutor em Patologia Aviária e biólogo.

Ele esclarece que pássaros e outros tipos de aves de gaiola não são susceptíveis a desenvolverem bursite. No entanto, galinhas e perus mantidos como pets ou animais para ornamentação estão naturalmente suscetíveis, principalmente pintinhos. “Não há sinais específicos, uma vez que a infecção causa uma queda de imunidade e as aves acabam morrendo por infecções bacterianas ou fúngicas, o que confunde muito quem não está familiarizado com a doença”. O risco é maior para grandes criações industriais. “Nesse caso, ela é controlada com o uso de vacinas. Justamente por conta disso, no sistema caipira de criação, ela é muito comum por conta da falta de prevenção.”

Infelizmente, não há tratamento eficaz e a recuperação ou cura é difícil de obter, devido às complicações geradas pelas infecções secundárias à bursite infecciosa. “Por isso, a vacinação dos pintinhos nos primeiros dias de vida é essencial para prevenir a ocorrência dessa doença. Aves de gaiola ou silvestres não são susceptíveis ao vírus da bursite infecciosa”, conclui o especialista. Ou seja, se você possui em casa pássaros mais populares como animais de estimação, como canários, calopsitas, agapórnis, entre outros, pode ficar tranquilo.

Da Redação
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