Doença osteometabólica: causas, sintomas e tratamento.

Como o próprio nome já indica, a doença osteometabólica acontece quando uma disfunção do metabolismo acaba prejudicando a saúde dos ossos do ser, seja ele humano ou um bichinho. No caso das tartarugas, a doença pode prejudicar desde a estrutura da carapaça até impossibilitar o parto e o crescimento dos filhotes.

“Não importa se é uma tartaruga de água doce ou um jabuti, os quelônios podem sofrer de doença osteometabólica. Alimentação inadequada e falta de exposição aos raios ultravioletas (UVB) são os principais desencadeantes desta enfermidade”, indica Carlos Alexandre Pessoa, médico veterinário especialista em clínica médica e cirúrgica de animais silvestres, proprietário da clínica Animal Exótico, em São Paulo, e diretor da empresa CURSOS.VET.BR.

Segundo o especialista, uma alimentação inadequada desencadeia uma gama de efeitos negativos para o bem-estar e desenvolvimento sadio dos quelônios. “A fase de crescimento e gestação exige muito cálcio e, caso o organismo não encontre esta fonte na dieta, utilizará mecanismos fisiológicos, retirando o cálcio dos ossos, enfraquecendo-os e repercutindo de várias formas no animal como um todo”, explica Dr. Carlos Alexandre.

O diagnóstico é realizado baseado em diversos aspectos, mas, caso você observe alguns dos padrões a seguir, dê uma acelerada na consulta veterinária. “Os principais sinais clínicos que observo são alteração na conformação da carapaça, plastrão [casco], ossos longos, além da mandíbula que parece de borracha, mais encontrada em lagartos, como iguanas, por exemplo. Outro sinal também muito comum, são os quelônios gestantes que não conseguem parir, pois não possuem o cálcio necessário para isso ou até mesmo para a formação adequada dos seus filhotes”, descreve o médico veterinário.

Como a doença osteometabólica está associada a vários fatores, o tratamento depende de uma avaliação do estado do animal, de sua dieta e de onde ele vive, não existindo uma regra geral. “Cada caso deve ser avaliado de forma única, podendo ser necessário tratar com vitaminas, aminoácidos, minerais, mudanças no ambiente (recinto), manejo, chegando até ao tratamento cirúrgico nos casos de fraturas e distócias [dificuldades na evolução do trabalho de parto]”, conta Dr. Carlos Alexandre.

Isto significa que ter um pet, seja ele peludo ou cascudo, demanda cuidados específicos, visitas ao veterinário e, com certeza, não é igual a brincar com um Tamagotchi – o bichinho virtual.

“Sempre digo a mesma coisa: quando adquirir um animal silvestre ou exótico, é necessário acompanhamento veterinário especializado. Quando nos tornamos tutores de um cão, não o levamos ao médico veterinário para as orientações básicas,

vermifugação e vacinação, dentre outras tantas coisas? O mesmo acontece com os silvestres ou exóticos”, adverte o especialista.

 

Por: Paula Soncela
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