Saiba quando seu roedor precisa ir ao veterinário

Humanos, cães, gatos, ratos, serpentes e qualquer outro bicho “domesticado” deste planeta necessita de cuidados específicos para sua sobrevivência e bem-estar. E, entre estes cuidados, está a consulta veterinária, seja para um check-up de rotina ou para investigar algo que não vai bem com o animal.

No caso dos roedores, não poderia ser diferente. Por isso, saiba agora quando é preciso levar seu pequeno mascote ao veterinário!

Porquinho-da-Índia, gerbil, hamster sírio e anão russo, mercol, topolino e chinchila pertencem à classe Rodentia, e devem ser levados ao médico veterinário especialista em animais silvestres e exóticos a cada seis meses”, indica Erika Hayashi, médica veterinária especializada em animais silvestres e pets exóticos, da clínica e hospedagem de animais silvestres, Paraíso Silvestre, na Grande São Paulo.

Segundo a especialista, estes pequenos mamíferos são predados em seu habitat natural e, por isso, escondem os sintomas quando ficam doentes como forma de disfarce para sua própria proteção. “Muitas vezes, quando algo não está bem, é porque o animal já está doentinho há algum tempo, daí a importância de levá-lo imediatamente ao médico veterinário quando notar qualquer anormalidade”, alerta.

A seguir, Dra. Erika lista sintomas e sinais de alerta que algumas espécies de roedores podem apresentar:

Gerbil, hamster sírio, hamster chinês, mercol e topolino

– aumento de volume em alguma parte do corpo pode ser sinal de alguma massa tumoral ou abscesso (formações de pus);

– cauda molhada pode ser indicativo de diarreia ou infecção urinária;

– aumento de volume no pescoço e conjuntivite podem ser sinais de doença viral.

Ainda, a médica veterinária adverte para que os tutores destes pequeninos observem a movimentação dos animais e tomem muito cuidado com fraturas de membros posteriores (patinhas traseiras), já que existem rodinhas em que a pata do bichinho transpassa o brinquedo e roda simultaneamente, ferindo o mesmo.

Porquinho-da-Índia, chinchila e coelho (que apesar de ser um lagomorfo, compartilha alguns sintomas com os roedores)

– falhas de pelo em formato arredondado e descamações podem ser indicativo de algum problema de pele por fungo ou ectoparasita. Se não tratados adequadamente, o porquinho-da-Índia e o coelho, principalmente, podem ter queda das unhas e ficar com muitas feridas na pele, devido ao prurido (coceira) intenso. Inclusive, alguns coelhos em casos mais avançados de sarna podem ter a orelha deformada, a famosa “sarna de orelha”, onde há presença de crostas no interior da mesma, além de prurido;

– olhos inchados e com secreção são sinais de conjuntivite;

– face com aumento de volume ou até mesmo abertura de ferida (fístula) ocasionados pelo crescimento dos pré-molares e molares – em alguns casos, os incisivos superiores e inferiores também crescem devido a problemas nos pré-molares e molares;

– choro ou dificuldade ao urinar e presença de sangue na urina indicam cálculos vesicais ou uretrais (no caso dos porquinhos-da-Índia).

Cuidados e outros alertas

“É fundamental oferecer muitas fibras para estes animais que têm crescimento contínuo dos dentes, pois elas auxiliam no desgaste dentário. Além disso, ajudam no bom funcionamento intestinal – pouca quantidade de fezes ou fezes pequenas podem ser sinais de dieta pobre em fibras, causando a constipação (intestino preso). Lembrando que a chinchila, porquinho-da-Índia e coelho são herbívoros e devem comer muitas verduras e feno”, orienta Dra. Erika Hayashi.

No caso dos porquinhos-da-Índia, existe uma deficiência natural de vitamina C e, por este motivo, é necessário levá-los em consulta veterinária com especialista para pesá-los regularmente e ajustar a dose de suplementação.

“Um porquinho-da-Índia que não recebe a dosagem correta da vitamina pode sofrer de hemorragia gengival, debilidade muscular, além de ficar mais suscetível a infecções. Vale ressaltar que, por outro lado, o excesso de vitamina C também pode acarretar diversos prejuízos ao animal”, frisa a especialista.

Quanto aos nossos amigos lagomorfos, os coelhos, NÃO É RECOMENDADO deixá-los sozinhos com outro animal maior ou soltos pela casa quando não tiver ninguém para supervisionar, pois são bichinhos que se assustam facilmente. “Eles podem se assustar e fraturar os membros, são animais que têm uma estrutura óssea mais leve para garantir agilidade e, consequentemente, mais propensa a fraturas se houver algum trauma”, adverte a médica veterinária.

Se você tiver a impressão de ter algo diferente em seu pet dentuço, não fique na dúvida: leve-o ao veterinário especializado agora mesmo!.

 

Por Paula Soncela

 

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