Será que peixinhos sentem depressão?

Peixes ficam tristes, apáticos, deprimidos? A tendência de atribuir aos animais, principalmente os de estimação, os mesmos sentimentos dos seres-humanos é notória e bastante comum. Basta ver como tratamos nossos pets. O médico-veterinário Renato Leite Leonardo, sócio-proprietário da Doctor Fish, afirma que não existe nenhum estudo científico comprovando tais sentimentos nos peixes. Contudo, sua experiência profissional entre as mais variadas espécies de peixes o faz supor que os pets com escamas por vezes podem apresentar comportamentos similares aos da depressão.

Leonardo conta que quando era estagiário trabalhando em um grande aquário costumava interagir todos os dias com um peixe papagaio, tocando-o e dando-lhe atenção. Certo dia, no mesmo local, chegou um filhote de lobo marinho que precisava de cuidados especiais por causa de problemas de saúde. Durante cinco dias, Leonardo dedicou total atenção ao lobo marinho e só se dirigia ao peixe papagaio para alimentá-lo. O curioso é que durante esse tempo, o peixe não se alimentava direito, perdeu a cor (sinal de doença), vivia prostrado e apático, sem interagir com ninguém. Bastou dar novamente atenção a ele, com a mesma frequência de antes, que seu comportamento “brincalhão” retornou.

Outra experiência vivida por Leonardo acontece com um flowerhorn (um peixe de aquário considerado bem esperto e interativo) na sua própria casa. “Sempre que eu paro de mexer com ele, ele fica irritado, não come direito e fica remexendo a areia no fundo do aquário”, relata.

Diante disso, Leonardo diz que é possível especular que os peixes também podem sofrer de algum tipo de distúrbio e lembra que as pesquisas relacionadas a peixes ornamentais estão apenas começando.

De toda forma, ele recomenda: quem quiser adquirir um peixe, procure conhecer as características e particularidades de cada espécie. Com isso, será mais fácil escolher um aquário com tamanho adequado, saber o tipo de alimentação, quais outras espécies poderiam conviver no mesmo ambiente etc. “São informações básicas que se pode ter com um veterinário, biólogo ou numa loja de confiança”, completa.

Da Redação
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