Saiba como proteger seu cachorro das principais doenças do verão

A estação mais quente do ano é motivo de alegria para os brasileiros, mas também de preocupação quando o assunto são os animais de estimação. O aumento da temperatura pode trazer não só desconforto, mas também doenças aos pets.

Para ajudar os tutores de cães a prevenir e a detectar essas doenças, o Portal Melhores Amigos procurou a veterinária Caroline Bettini, coordenadora clínica da SPet junto à Cobasi Teodoro Sampaio (Instagram: @pettinivet). A profissional fez um pequeno guia com detalhes dos males do verão. Veja a seguir:

Ectoparasitas (parasitas externos)

Pulgas, carrapatos e mosquitos podem parecer inofensivos, mas esses agentes podem transmitir desde a hemoparasitose  cujos sintomas são semelhantes aos da dengue humana (anemia, manchas pelo corpo, prostração, febre e dor articular, alergia e infecção de pele), e até mesmo doenças fatais, como a dirofilariose (verme do coração) e a leishmaniose.

Como prevenção, cães devem fazer uso de ectoparasiticidas, como coleiras, pipetas (“pour on”) e até mesmo comprimidos de uso oral que podem manter o seu pet protegido por até 90 dias.

“É muito importante que os tutores saibam que a leishmaniose é uma zoonose, ou seja, é transmissível a nós, humanos, dentre outras espécies, e infelizmente não tem cura”, afirma Caroline. “Atualmente, na medicina veterinária, temos recursos para manter o cão estável através de agentes quimioterápicos sempre associados à coleira e à pipeta, a fim de evitar a transmissão da doença.”

Endoparasitas (parasitas internos)

São os vermes e protozoários, que podem atacar órgãos internos, como o coração e o intestino, causando sintômas como náusea, vômito, dores, febre e letargia. A vermifugação deve ser realizada pelo menos a cada três meses, pois cães tem o hábito de lamber o chão e seu próprio corpo, podendo se contaminar com ovos de vermes e protozoários por onde passam.

“O manejo correto do ambiente onde vivem é extremamente necessário. Protozoários são invisíveis a olho nu, e proliferam-se rapidamente em locais úmidos e quentes, que, quando não higienizados corretamente, levam à reinfestação. Para isso, além do vermífugo de uso oral, utilizam-se também produtos à base de amônia quaternária para higienização ambiental”, explica a veterinária.

Micoses

Muitos cães adoram entrar em contato com a água, seja corrente, de rios e lagos, piscina e até mesmo do mar. O que poucos imaginam é que, ao manter o pelo úmido, principalmente em áreas de dobras, pode ocorrer o desenvolvimento e a proliferação de fungos – que causam coceira, feridas e queda de pelos, entre outros.

“O tratamento é bastante longo, fazendo uso de sprays, shampoos e remédios de uso oral, sempre com o acompanhamento do médico veterinário. Para evitar a micose, o ideal é manter seu cão sempre limpo e seco após atividades aquáticas”, aconselha a profissional.

Intermação e queimaduras

“No verão temos que manter os animais bem hidratados, longe de altas temperaturas ou locais fechados, como veículos. Quando a temperatura corpórea é elevada ao extremo, os animais podem sofrer um choque, convulsão e até mesmo a morte”, alerta Caroline.

Outra dica importante é não caminhar com seu cão em horários mais quentes. Segundo a veterinária, é bastante comum, no verão, pets apresentarem queimadura dos coxins (almofadinhas das patas). Sempre que possível, coloque gelo na água, utilize tapetes gelados ou toalhas umedecidas, e mantenha seu pet em um ambiente arejado e fresco.

Doenças gastrointestinais

Caroline afirma que, principalmente no verão, é preciso ficar muito atento à dieta dos cães. Tutores que preferem usar dietas úmidas ou caseiras devem ter em mente que “o risco de estragar estes alimentos no verão é muito maior, e infelizmente, após a ingestão, os cães podem apresentar vômito e diarreia devido à intoxicação alimentar”.

“Portanto, não deixe o alimento exposto ao ambiente por mais de 30 minutos. Caso o seu cão não consuma, o ideal é descartar o alimento. Para evitar o desperdício, ofereça poucas porções várias vezes ao dia”, completa a veterinária.

Em caso de algum sintoma para qualquer uma das doenças citadas ou dúvidas, os tutores devem procurar o médico veterinário imediatamente.

 

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