Problemas de pele em pets – quais os mais comuns e como ajudar

Entre cães e gatos, a maior parte das doenças dermatológicas são causadas por alergias. Pulgas, carrapatos e alimentos são alguns dos principais motivos.

Da redação

Quando o assunto são problemas de pele que podem fazer mal a seu pet – seja ele cão ou gato – geralmente estamos falando de alergopatias, ou seja, alergias que irão causar coceira, feridas avermelhadas, lambedura intensa principalmente nas patas e inflamações e infecções no ouvido. Esses são os sinais iniciais que podem ser detectados mais facilmente. Mas, se você notar alguns desses hábitos em seu animal, leve ao médico-veterinário, já que soluções caseiras podem até mesmo piorar o quadro, ao invés de levar alívio ao seu companheiro. Quem dá o alerta é a médica-veterinária Eloísa de Oliveira Carvalho, especialista em Dermatologia do Hospital Veterinário Santa Inês.

“Essas alergias são divididas basicamente em três pilares: DAPE, que é como abreviamos as dermatites alérgicas causadas por picadas de ectoparasitas (ou seja, pulgas e carrapatos); hipersensibilidade alimentar, causada principalmente por alimentos como frango, carne bovina e arroz branco; e a atopia, que é um problema na barreira cutânea, aliado a um sistema imunológico hiper-reativo. Isso quer dizer que animais atópicos, quando entram em contato com ácaros, pólen, certos tipos de grama, fumaça de cigarro, entre outras substâncias, podem desenvolver sintomas de alergia”. As raças mais acometidas no Brasil são shih tzu, lhasa apso, buldogue francês, golden retriever, labrador, west highland white terrier e pug.

Já em felinos, as dermatopatias mais frequentes são a DAPP (dermatite alérgica a picada de pulga), que não possui predisposição racial, e a dermatofitose, uma dermatite causada pelo fungo Microsporum canis, que também pode ser transmitido a outros felinos, cães e seres humanos que tenham contato. Em ambas as doenças, os gatos sem raça definida são os mais acometidos pois são os mais numerosos no país. Mas, no caso da dermatite fúngica, os persas são os mais numerosos entre os gatos de raça que podem desenvolver esse quadro. “De modo geral, essas raças são mais acometidas por conta de um caráter hereditário, mas sempre há como prevenir grande parte das doenças mais comuns de pele. No dia a dia, deve-se realizar limpeza diária no ambiente e evitar produtos com odores fortes. Cobertores, tapetinhos e camas em que eles costumam dormir devem ser lavados semanalmente, e aspirados diariamente se possível” aconselha a veterinária.

Ainda de acordo com Eloísa, se o animal fica no quintal, após lavar os acessórios é necessário esperar que eles estejam bem secos, pois a superfície úmida, em contato da pele do animal, favorece o surgimento de infecções bacterianas e fúngicas. “Paralelamente, o controle de pulgas e carrapatos é essencial, e deve ser realizado com a regularidade correta de cada produto, já que uma das dermatopatias mais frequentes é a DAPE. Os banhos devem ser realizados com a frequência também, e com produto específico que o médico-veterinário julgar necessário, sempre secando o animal muito bem”.

 

Cuidado durante as estações

“O clima mais seco durante o inverno pode deixar a pele mais ressecada. Pets com dermatite atópica podem piorar nesse período do ano, e apresentar prurido – ou seja, coceira – de maneira intensa, assim como na primavera, por conta da polinização das plantas”, explica a médica-veterinária. Já no verão, por conta do calor e umidade, há maior proliferação de pulgas e carrapatos, então os pacientes que possuem DAPE podem entrar em crise. “Nessa época do ano também temos de tomar muito cuidado com a radiação solar. Deve-se evitar a exposição ao sol das 10h às 17h. É importante consultar um médico-veterinário para a indicação de um protetor solar específico”.

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