Por que interagir com cachorros reduz o estresse

Isolamento social, solidão, estresse e ansiedade. Juntamente com o coronavírus e suas graves consequências no mundo, muitas pessoas têm sofrido psicologicamente pelo longo período de quarentena. Uma boa saída e que muitas pessoas estão encontrando é começar a cuidar de um animal de estimação. E esta saída comum não é por acaso: ter um pet pode reduzir o estresse e a rotina pode melhorar a qualidade de vida do ser humano.

E este assunto já é objeto de estudo há bastante tempo, antes mesmo da pandemia. Em 2018, uma pesquisa da Universidade da Colúmbia Britânica (Canadá) confirmou que interagir com os cachorros têm o poder de aliviar o estresse dos estudantes. “Nossas descobertas sugerem que esse tipo de sessão possui um efeito positivo mensurável sobre o bem-estar dos alunos, particularmente na redução do estresse e de sentimentos de negatividade”, explicou Emma  Ward-Griffin, principal autora do estudo, ao EurekAlert.

No trabalho científico, publicado no Stress and Health, 246 estudantes foram questionados antes e após passarem por uma sessão com cães de terapia, em que eram livres para acariciar, abraçar e conversar com sete a 12 companheiros caninos durante o período. Eles também preencheram questionários imediatamente antes e após esse período. Os relatos foram de redução significativa no estresse, bem como maior felicidade e energia imediatamente após a sessão, em comparação com um grupo de controle com estudantes que não passaram pela experiência. 

É visível que um cãozinho fazendo a festa quando o tutor chega do trabalho dá uma sensação de alegria. “Os motivos para as pessoas obterem um animal de estimação são inúmeros, e alguns deles é o fato de que a interação espontânea e o amor incondicional criam uma relação de reciprocidade e bem-estar”, explica Juliana Pieroni, psicóloga mestre em Psicologia da Saúde e professora da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Outro aspecto comportamental aumenta o desejo das pessoas terem um animal de estimação é ter um ser vivo que dependa unicamente do tutor fazendo com que a rotina deste humano mude ou se transforme. “Teorias do Desenvolvimento Humano apontam que é natural e saudável sentirmos necessidade de cuidar de algo que vá além de nós mesmos. Este sentimento de se sentir capaz de cuidar de algo, além de si mesmo, como por exemplo, cuidar de um a animal de estimação, geram sentimentos positivos, de bem-estar, além de empoderamento dos tutores, em adultos, idosos ou até mesmo crianças”, acrescenta Pieroni.

Ao trazer todos estes benefícios para a realidade do isolamento social, ter um animal de estimação pode ajudar a regular uma rotina que foi bagunçada pelo home office, fazer companhia a uma pessoa que mora sozinha e ainda não consegue visitar ninguém ou receber visitas. Os melhores amigos têm esse nome e não é por acaso.  

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