Peixe “grávida”: o que fazer?

Entre os animais que costumamos ter como pets em casa, os peixes são um dos mais complexos quando falamos de gravidez. Eles se reproduzem de três maneiras distintas:

  • Vivíparos

O embrião se desenvolve completamente dentro do organismo da mãe, alimentando-se e recebendo oxigênio de fontes fisiológicas provenientes do sangue materno.

Exemplos: Espadinhas e Plati.

  • Ovíparos

Animais de fecundação interna ou externa, cujas fêmeas liberam ovos de seus corpos. Dessa forma, os embriões se desenvolvem no meio externo, dentro dos ovos, e se alimentam de reservas nutritivas presentes nesse sistema.

Exemplos: Carpa.

  • Ovovivíparos

Peixes que produzem o ovo dentro deles, já fecundado. O peixe se desenvolve e eclode dentro da fêmea antes de sair. É o mais incomum entre os três tipos.

Exemplos: Algumas Arraias e Tubarões.

Os donos que suspeitam que um de seus peixes está “grávido” devem se atentar ao seu aquário. “As pessoas que conhecem bem seu animal podem acabar percebendo uma diferença na ‘barriguinha’, chamada cavidade celomática. Em outros, é possível perceber uma mudança de comportamento”, esclarece Renato Leite Leonardo, médico-veterinário especializado em clínica médica e cirúrgica de animais silvestres e exóticos, responsável pela empresa Doctorfish, em São Paulo.

Algumas espécies têm comportamentos específicos durante o período de gestação, como o Peixe-Papagaio. Quando a fêmea vai botar o ovo, ela fica mais agressiva e territorialista do que o normal. “É uma espécie conhecida por ser territorialista, mas dá para perceber que elas começam a ficar somente em uma parte do aquário. Por quê? Elas encontraram uma superfície para colocar os ovinhos”, conta Renato.

Em geral, porém, é complicado saber ao certo se um de seus peixes está prestes a ter filhotes. Quando o dono percebe, seu pet botou os ovos, ou os peixinhos recém-nascidos estão nadando dentro do aquário. Neste momento começa o período de cuidado com os filhotes. Em algumas espécies vivíparas, por exemplo, o macho pode comer os filhotinhos. Para evitar isso, é melhor separar os recém-nascidos num aparelho chamado criadeira. Renato explica: “é parecido com uma caixa de acrílico que fica dentro da água, e isola os filhotes do restante do aquário. No entanto, mesmo separados, a atenção deve continuar a mesma, já que alguns peixes se desenvolvem mais do que os outros e podem machucar e até matar seus ‘irmãos’”.

Quem está morrendo de vontade de ver filhotinhos em seu aquário pode incentivar a procriação. Novamente, a maneira ideal vai depender da espécie. “Com os peixes betas, a fêmea vai botar seus ovos em um ninho que o próprio macho constrói. Este ninho é cheio de bolhas, então é preciso fazer o manejo correto do aquário para incentivar essa construção sem atrapalhar o processo”, conta Renato. Há espécies em que hormônios podem ser utilizados neste processo e, em outras, os peixinhos têm de formar um casal. Ou seja, realmente precisam querer ficar um com o outro para procriar. Se não forem com a cara do sexo oposto, nada feito.

Existem até casos de espécies diferentes, mas da mesma família, que procriam, por meio de um processo conhecido como hibridismo. “Em comparação, é como colocar um Shih Tzu para cruzar com um Poodle. Isto é muito comum no aquarismo”. Em algumas espécies, isto é até necessário. “O macho do peixe-papagaio é infértil. Então, para a fêmea poder ter filhotes, é preciso pegar um macho da mesma família, de outra espécie, como o Flowerhorn ou Green Terror”.

É importante, do momento em que você monta um aquário até a chegada da gravidez, contar com a assessoria de um profissional capacitado e experiente, como um médico-veterinário, biólogo ou de uma loja especializada, para dar as orientações corretas em todo o processo.

Da Redação
Veja Também