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Mito ou verdade: não cruzar a cadela causa câncer?

Não tomar banho depois de comer, não tomar refrigerante com balinhas de menta na boca e não comer manga com leite são lendas que, apesar da origem desconhecida, se tornaram verdadeiros mandamentos para algumas pessoas, que seguem estas recomendações como se a vida delas dependesse disso.

Dizer que as cadelas que não cruzam desenvolvem câncer é mais uma destas lendas repassadas de geração para geração, que assombra tutores de fêmeas caninas por aí. Porém, este mito há de ser derrubado agora!

“Não é verdade que não cruzar a cadela causa câncer. Muitas fêmeas que não cruzaram não desenvolveram câncer durante toda sua vida”, afirma Roberto Migliano Monteleone, médico veterinário da clínica RMM, em São Paulo.

“Existem alguns mitos relacionados à castração e ao cruzamento de cadelas, sendo que o cruzamento ou não das fêmeas caninas não influencia em ter ou não o câncer. Na verdade, o que está relacionado ao aparecimento de câncer, principalmente nas mamas, é a ação hormonal, por isso a importância da castração precoce do animal”, esclarece Carolina Martins Furlan, médica veterinária pós-graduada em cirurgia e clínica de pequenos animais, da Ease Pet Clínica Veterinária e Pet Shop, em São Paulo.

Dra. Carolina conta que, há pouco tempo, acreditava-se que o ideal era castrar a fêmea antes do primeiro cio para que o risco de tumor, principalmente de mamas, fosse reduzido em mais de 99%. “Porém, estudos recentes comprovaram que a redução do risco de tumor de mama é praticamente a mesma castrando antes ou depois do primeiro cio. Entretanto, castrar após o primeiro cio diminui o risco de incontinência urinária, vulva infantil e consequentemente a vaginite”, informa.

“A castração precoce das fêmeas é aconselhada porque, além de diminuir o risco de tumor de mama, evita a gravidez psicológica, a prenhez indesejada, a propagação de doenças geneticamente transmitidas e infecções uterinas (como a piometra), que podem levar seu animal a passar pelo mesmo procedimento cirúrgico (castração), porém com mais riscos”, complementa Cybele L. Navas Queiroz, médica veterinária pós-graduada em cirurgia e clínica de pequenos animais, também da Ease Pet.

Ah! E, sim, sua cadelinha pode ganhar alguns quilos após a esterilização, porém, dizer que a cachorrinha ficará obesa se for castrada é outra lenda sem fundamento. “É comprovado que, após o animal ser castrado, ele pode vir a aumentar seu peso em 10%. Sendo que, quando o cão engorda acima desta porcentagem, este ganho está relacionado ao manejo e nada tem a ver com a castração”, ressalta Dra. Cybele.

Então, nada de sair cruzando sua cadela por aí como método preventivo contra o câncer. A melhor maneira de prover bem-estar e saúde para sua fêmea canina é com boa alimentação, vacinas, vermifugação, castração, passeios e visitas regulares ao veterinário.

 

 

Por: Paula Soncela
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