Educação Assistida por Animais: o cão como recurso pedagógico

Vamos abrir a janelinha do confessionário aqui: às vezes, você não tem a impressão que o seu cão é mais evoluído do que muitos humanos? Não só pela capacidade de aprender as coisas, mas, principalmente, pela sensibilidade e empatia que ele transmite ao perceber que algo na vida de seus donos não está indo bem?

A proposta da Educação Assistida por Animais (EAA) é justamente usufruir dessa capacidade empática dos animais para um propósito fundamental da vida humana: o aprendizado.  Na EAA, “o professor utiliza o cão como recurso pedagógico, que atua como catalisador, facilitador e motivador no processo da aprendizagem”, conta Marisa Martinez Solano Pereira, pedagoga especializada em educação infantil e coordenadora de EAA da ONG ATEAC, de Campinas.

Além de facilitar o processo e motivar as crianças, o animal se torna um elo essencial no processo de aprendizagem. Segundo Marisa, quando o cão é inserido na educação, “forma-se um vínculo entre natureza e animal, criança e educação e lúdico e aprendizagem”.

Outros bichinhos também são bem-vindos para atuar na EAA – apesar do cão parecer já ter nascido para isso. “Todos os animais podem ser utilizados para incentivar e motivar o processo educacional, porém, o cão responde melhor por suas próprias características”, relata a coordenadora.

Os benefícios vão além do campo cognitivo e podem se estender até a construção de valores de respeito à vida. De acordo com a pedagoga, “o animal reduz a ansiedade, é um refugio emocional, incentiva a leitura e a escrita e é uma fonte de conforto e companhia. Por meio do toque, temos o relaxamento, o resgate de valores e respeito aos seres vivos. O cão ajuda a exercitar a responsabilidade e os limites, promover a interdisciplinaridade e facilitar a inclusão de alunos com necessidades especiais”, descreve Marisa.

E, claro, cães e educadores também se beneficiam dessa dinâmica. “O animal  tem cuidados especiais com a saúde e higiene para ter contato com as crianças e trabalha com alegria, recebendo muito amor. O educador aproveita dessa interação e desenvolve seus objetivos com a atenção  e satisfação dos seus alunos”, conclui a pedagoga.

 

 

 

 

Por: Paula Soncela
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