Como proteger o cão que tem medo de fogos de artifícios

Estamos nos aproximando das Festas de final de ano. E é nesse período quando mais acontece um ritual comemorativo que pode trazer desconforto e angústia aos cães: a queima de fogos de artifício ruidosos. 

 

Apesar de alguns cãezinhos suportarem bem a barulheira, outros ficam com bastante medo. Essa sensibilidade independe de gênero ou raça, variando de cão a cão. Quando se sentem amedrontados pelo espocar de rojões, morteiros, bombas e afins, nossos amigos de quatro patas tendem a tremer e a procurar se esconder. Mas alguns pets podem até mesmo ficar apavorados, chegando ao ponto de pular de janelas ou sacadas. O que fazer?

 

A médica veterinária Juliana Naves, da clínica Entre Patas e Pelos, de São Paulo, recomenda que os tutores realizem um treinamento prévio de adaptação dos cães. Eis os passos básicos:

 

  1. Chame o cão e coloque para tocar, inicialmente em volume baixo, um áudio simulando o espocar de fogos de artifício. Diversas plataformas na internet oferecem esse tipo de conteúdo. 
  2. Faça carinhos e ofereça ao seu companheiro um petisco do qual ele goste bastante. 
  3. Ao longo dos dias, repita o exercício aumentando gradativamente o volume sonoro. Não se esqueça de sempre recompensar o pet!

 

“Esse tipo de exercício costuma dar resultados muito bons. O ideal é que o tutor se antecipe aos eventos, iniciando o treinamento meses antes do final do ano. Mas nunca é tarde para começar”, ressalta a especialista. 

 

Se não foi possível realizar o treino com bastante antecedência, ou se o cãozinho mesmo treinado continua ficando aflito com os fogos, o tutor deve tomar algumas medidas de proteção. “Devemos colocar o animal em um ambiente em que ele não possa se machucar. Pode ser um quarto com janelas fechadas, de preferência com uma cortina também fechada e música ambiente tranquila, mas em volume um pouquinho mais alto que o do exterior”, sugere Juliana. “É importante que o local não tenha portas ou objetos de vidro, para evitar acidentes”.

 

Também é recomendável que o tutor coloque a casinha ou outro refúgio próximo ao cão, e que não o reprima caso ele se esconda em um armário ou outro móvel da casa. “Ainda pode ser oportuno o uso de roupinhas mais justas ou de técnicas com faixas, que simulam um abraço e fazem o pet se sentir mais protegido”, lembra a médica veterinária. 

 

Se o tutor puder se manter junto ao animal nos momentos mais críticos, ou seja, nas viradas para o Natal e o ano novo, melhor ainda! 

 

E em hipótese alguma devemos expor um cão amedrontado às queimas de fogos, tentando fazê-lo se acostumar “na marra” à situação. Isso pode causar traumas e fazer mal ao bichinho. Vale lembrar que os cães têm audição muito mais aguçada e sensível do que a nossa!

 

Em tempo: a Dra. Juliana acrescenta que o treinamento de adaptação sonora, com recompensas, pode também ajudar os cães a lidar melhor com outro acontecimento típico nos finais de ano. “Além dos fogos, muitos cães sentem medo de trovoadas, frequentes no verão. Os tutores devem se manter atentos e podem utilizar os mesmos cuidados para proteger e dar conforto ao animal de companhia”.

 

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