Avessos a mudanças, gatos gostam de conhecer e marcar seu território

Atentos e desconfiados, os gatos possuem uma relação bem característica com o território e com o dono. Seu instinto de caça faz com que prefiram espiar o ambiente de cima a fim de ter uma vista privilegiada de tudo e de todos que circulam pela casa. Entender como eles percebem o espaço é essencial para o tutor que deseja manter uma boa relação com o seu animalzinho.

“Os gatos domiciliados acabam tendo toda a casa como sua, sabem todos os sons e cheiros que o rodeiam e acabam por dominar toda a residência. Seus desafios são menores do que os gatos de vida semi-domiciliada, que precisam se defender fora de casa e têm maior obrigação de marcar território para serem respeitados por outros gatos”, afirma o médico-veterinário Igor Valdenir Arruda, diretor geral da Clínica Santa Quitéria, em Curitiba (PR).

Desse modo, brinquedos pendurados, túneis e tocas são essenciais para estimular nos gatos domiciliados a curiosidade e sua postura de caçador, além de evitar o sedentarismo. “É importante enriquecer o ambiente deste animal, mantendo ele sempre ocupado com desafios e incentivando seu instinto de caça. Caso contrário, o gato pode dar sinais de estresse e demonstrar alterações comportamentais, o que pode gerar alguns problemas de convivência com seu dono, como, por exemplo, urinar em sua cama ou no sofá”, diz Arruda.

Além de conhecer e explorar, os gatos também costumam marcar o seu território com urina, arranhaduras e ferormônio. Segundo o médico-veterinário, esse comportamento é mais característico de gatos machos não castrados e atinge o pico na primavera, reduzindo gradativamente até o final do outono.

“Como essa atitude de marcação é sexualmente dimórfica, é utilizada sobretudo por gatos machos adultos e, ocasionalmente, por fêmeas e machos castrados, quando fatores ambientais tornam-se estressantes demais”, afirma Arruda.

 

De casa nova

Já que os gatos têm necessidade de conhecer seu território, mudanças costumam ser situações difíceis para eles. Por isso, o médico-veterinário diz que elas precisam ser

feitas de forma tranquila e, se possível, de maneira gradual. “Mantenha o felino em um quarto da casa antiga com seus pertences e evite mudanças bruscas em sua rotina pelo menos nos 10 a 15 dias que antecedem a mudança. Reduza sua alimentação para que, quando chegar em sua nova moradia, não faça ‘greve de fome’. Faça toda a mudança e leve o felino por último, em uma caixa de transporte segura e confortável”, indica.

Na nova casa, o especialista recomenda que o tutor prepare um quarto tranquilo com os móveis da antiga moradia e os pertences do felino. “A ideia é que novo habitat seja o mais parecido possível com o que ele estava acostumado. Se julgar necessário, use difusores elétricos de ferormônio sintético para diminuir o estresse”, explica Arruda. Daí, é só abrir a caixa com cuidado e deixar o gato sair gradativamente para conhecer o novo lar.

Além disso, janelas fechadas podem ajudá-lo a se acostumar com os sons e cheiros da casa nova. O período de adaptação demora cerca de um mês, tempo em que o tutor deve ficar atento, pois o felino pode tentar fugir para tentar voltar à moradia anterior.

“Os felinos são diferentes no aspecto de domesticação quando comparados aos cães. Eles se relacionam bem com os humanos, mas ainda existem vários aspectos que os mantêm selvagens. Por isso, precisamos entender como eles agem e tentar proporcionar uma convivência mais pacífica e harmoniosa possível”, diz Arruda.

Da Redação

 

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