A COMPATIBILIDADE DOS PEIXES NO AQUÁRIO COMUNITÁRIO

Segundo o médico veterinário Arsênio Baptista, da Aquality Assessoria em Ambientes Aquáticos, quando desejamos peixes ornamentais vivendo juntos e bem no mesmo aquário, algumas regras principais
devem ser observadas.

Regra da preferência de alimento
Os peixes precisarão compartilhar o momento da refeição. Assim, quando as necessidades nutricionais forem similares (carnívoros, herbívoros ou onívoros), o convívio fica facilitado.

Regra da posição da boca
Bocas superiores (voltadas para cima) costumam indicar que a espécie tem facilidade para se alimentar na superfície da água.
Bocas centralizadas (voltadas para frente) são fortes indicativos de espécies que se alimentam no meio da coluna de água. Frequentemente estas espécies têm facilidade para procurar alimento em todos os pontos do aquário, incluídos o fundo e a superfície.
Bocas inferiores (voltadas para baixo) comumente demonstram serem espécies que abocanham o alimento sobre alguma superfície, podendo ser no fundo do aquário, numa rocha ou em folhas de plantas.
Importante saber que existem espécies com diferentes posições da boca em todos os grupos de preferência alimentar: carnívoras com boca para baixo, herbívoras com boca centralizada, onívoras com boca para cima, etc.

Regra do ritmo
Outro ponto que deve ser lembrado quando da escolha de espécies de peixes ornamentais compatíveis é o ‘ritmo’ da espécie, especialmente no momento da alimentação. Espécies muito rápidas, ‘aceleradas’, comerão seu quinhão de alimento e parte da refeição de outra espécie mais lenta, com ritmo mais ‘lerdo’. Assim, ao longo do tempo, esse peixe mais lento vai emagrecer, enfraquecer e adoecer.

Regra do porte
Diferença de tamanho muito acentuada tende a gerar stress na espécie menor. Esse peixe menorzinho sempre achará que poderão come-lo a qualquer momento, mesmo se o grandão for uma espécie herbívora! Regra básica é variação máxima de 3-4 vezes o tamanho dentre as espécies do aquário.

Regra do cardume
Muitas espécies precisam estar em grupo para se sentirem confortáveis e confiantes. Caso estejam só ou em grupo muito reduzido (esse número pode variar conforme a espécie), ficam tímidos, escondem-se e perdem coloração, muitas vezes deixando de se alimentar corretamente, evoluindo para debilidade e doença.
Outros aspectos do ‘ambiente’ do aquário são importantes e necessitam atenção do tutor, especialmente as características físico-químicas da água (temperatura, pH, dureza…), duração do período de iluminação e sua potência, velocidade do fluxo de água, presença ou ausência de substrato e plantas… Ainda, a forma e dimensão (flocos, grânulos, pastilhas, naturais frescos, congelados…) além da característica (flutuante, afundamento rápido ou lento…) do alimento, quantidade em cada refeição, a frequência delas, bem como o horário (algumas espécies preferem comer no escuro) são soluções para o bem-estar dos peixes de um aquário comunitário.
Conciliar as características de cada espécie e suas diferentes necessidades com o ambiente e alimentos
oferecidos no aquário, fazem o aquário comunitário de sucesso!
O aquarista pode se valer do médico veterinário e do biólogo para o auxiliarem.

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